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Entrevista

Miguel Albuquerque. Prazos para formar governo são "completamente anacrónicos"

30 mar, 2015 • Maria João Costa

"Devíamos reunir os partidos do arco constitucional e agilizar estas questões", diz em entrevista à Renascença. Novo líder da Madeira promete "pontes de diálogo permanente" com Lisboa.

Miguel Albuquerque. Prazos para formar governo são "completamente anacrónicos"
Miguel Albuquerque sucede a Jardim e conquista maioria absoluta na Madeira. O novo líder do Governo regional da Madeira promete um "novo rumo para sair da encruzilhada".
Miguel Albuquerque conquistou no domingo a 11.ª maioria absoluta para o PSD/Madeira. Com 24 deputados eleitos, o PSD/Madeira foi a escolha de 44,33% dos eleitores madeirenses, ficando abaixo dos resultados obtidos nas últimas eleições legislativas da Madeira, em Outubro de 2011.

Ainda a digerir a vitória, a Renascença encontrou Miguel Albuquerque numa rua do Funchal. "É um privilégio poder ser um político que não ande refugiado nos gabinetes. Por enquanto", disse, a rir-se.

Já digeriu a vitória de domingo?
Neste momento temos trabalho pela frente e temos que ter a cabeça organizada e não andarmos com grandes excitações. Já celebrámos, vamos iniciar o nosso trabalho e temos que ter os pés bem assentes na terra, como se diz na gíria.

Por onde vai começar esse trabalho? A constituição do governo já está mais ou menos delineada na sua cabeça?
Está, mas vamos ter que trabalhar simultaneamente em alguns dossiês importantes...

Há a ideia de que poderá tomar posse a 25 de Abril, uma data simbólica. Confirma?
O que disse foi que desejo tomar posse o mais rapidamente possível. Se for a 25 de Abril fico satisfeito. Estes prazos constitucionais que temos – tomada de posse, marcação de eleições – são completamente anacrónicos. Vivemos numa era digital e esses prazos são muito longos. Acho que devíamos reunir os partidos do arco constitucional e agilizar estas questões. Isto é tudo muito burocrático, muito demorado.

Enquanto conversamos nas ruas do Funchal vai dizendo "adeus" a quem passa. Tem ouvido a reacção dos madeirenses esta manhã?
As pessoas vêm falar comigo como sempre vieram. Eu acho que é um privilégio poder ser um político que não ande refugiado nos gabinetes. Por enquanto… [risos]

Já recebeu os parabéns de Pedro Passos Coelho?
Sim, o senhor primeiro-ministro telefonou-me ontem. 

Haverá uma nova relação com o PSD nacional?
Com certeza que sim. Vamos defender os interesses regionais de uma forma muito firme. Não admitimos que a Madeira seja discriminada, mas vamos estabelecer pontes de diálogo permanente com a República, com as instituições do Estado e com os partidos políticos.

Quem é Miguel Albuquerque? De delfim a opositor e sucessor de Alberto João