Emissão Renascença | Ouvir Online

Sonda detecta poeira brilhante em Marte

19 mar, 2015

Mancha misteriosa, que surge na atmosfera marciana, "tem origem e composição do pó desconhecidas".

Sonda detecta poeira brilhante em Marte
Um vaivém espacial norte-americano observou uma grande nuvem de poeira ou uma aurora brilhante, que atinge profundamente a atmosfera marciana, segundo uma nota divulgada pela NASA.

A MAVEN (sigla inglesa para Evolução Volátil e Atmosférica de Marte) é a primeira sonda encarregada de desvendar os mistérios do desaparecimento de grande parte da atmosfera de Marte num passado longínquo, e está na órbita marciana a seis mil quilómetros de altitude, mas, em cinco ocasiões diferentes, descerá a 125 quilómetros para obter leituras dos vários níveis da atmosfera.

De acordo com uma nota divulgada pela Agência Espacial norte-americana, a inesperada mancha misteriosa que surge na atmosfera marciana é observada em altitudes orbitais de entre 93 milhas (150 quilómetros) e 190 milhas (300 quilómetros) acima da superfície, mas "tem origem e composição do pó desconhecidas".

A NASA assegurou que a poeira de nuvem não representa perigo para esta e outras naves espaciais em órbita em Marte, mas não sabe dizer se é um fenómeno temporário ou algo duradouro, nem sequer se existe algum processo conhecido em Marte que possa explicar o aparecimento de poeira nos locais observados durante cinco dias.

Laila Andersson, investigadora do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, em Boulder, considerou que, "se o pó tem origem na atmosfera, isto sugere que se está a desperdiçar algum processo fundamental na atmosfera de Marte".

"O que é especialmente surpreendente na Aurora que vimos é o quão profundo ocorre na atmosfera - muito mais profundo do que na Terra ou em outro lugar em Marte", disse Arnaud Stiepen, membro da equipa de pesquisadores da Universidade de Colorado.

Em Novembro de 2013, a MAVEN entrou na órbita do planeta vermelho para desvendar os mistérios do desaparecimento de grande parte da atmosfera de Marte num passado longínquo, e está a tentar verificar quanto e quais os tipos de radiação que estão a chegar ao Sol e em outras fontes cósmicas, e pretende perceber como isso afecta a atmosfera superior daquele planeta.