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Passos Coelho: Base de dados de pedófilos é "o que melhor defende as crianças"

14 mar, 2015 • João Carlos Malta

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu este sábado a criação da lista de abusadores sexuais de menores que o Governo aprovou em Conselho de Ministros esta semana. Segundo o líder do executivo é a medida que melhor defende as crianças e que permite aos pais proteger os menores de potenciais perigos. 

Passos Coelho: Base de dados de pedófilos é "o que melhor defende as crianças"

O primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu este sábado que a criação de uma lista de abusadores sexuais que possa ser consultada pelos pais de jovens com menos de 16 anos é o sistema que "melhor defende as crianças". O governante falou durante a visita à creche Santa Luzia, na Maia.

Passos reconhece que se trata de "um tema delicado", que é propenso a "populismos" e "demagogia", mas que o Governo ponderou bastante antes de propor esta medida.

A questão central que tem de ser respondida, segundo Passos Coelho, é: "Deve-se ou não dar a possibilidade aos pais de terem acesso a estas informações em certas circunstâncias?"

Segundo o primeiro-ministro, na reunião de Conselho de Ministros, o Governo chegou a conclusão de que a resposta a dar é de que é "indepensável dar a possibilidade de dar aos pais a possibilidade de proteger os seus filhos".

As marcas que os crimes de abuso a menores deixam nas vítimas são para a vida, e esse é um factor que, segundo o primeiro-ministro, exige que este flagelo leve a "um cuidado particular de defesa da sociedade".

"Parece-me inevitável que quem tem a tutela parental aceda a alguma informação que os possa ajudar a proteger as crianças", reforçou o primeiro-ministro.

Passos considerou que este é um problema reiterado e que ao longo do tempo "não foi possível resolver", mas em que a sociedade precisa de respostas.

Na Maia, Passos disse que não há "soluções perfeitas" mas que espera que esta proposta de lei quando for discutida no Parlamento seja ainda melhorada.   
 
Medida polémica
Em reacção à medida aprovada na passada quinta-feira em Conselho de Ministros, o presidente da Amnistia Internacional Portuguesa , Victor Gomes, disse à Renascença que: "Este tipo de legislação é muito perigoso" e promove uma justiça de "apedrejamento".

Já a o cardeal patriarca de Lisboa, D.Manuel Clemente, afimou que é preciso defender as crianças, mas, ao mesmo tempo, não perder de vista a importância da recuperação dos condenados por estes crimes.