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Novo inquilino de Belém deve ter domínio da política externa, diz Cavaco

09 mar, 2015

Nono Roteiro é divulgado esta segunda-feira.

Novo inquilino de Belém deve ter domínio da política externa, diz Cavaco

Cavaco Silva desenhou o perfil do próximo Presidente da República. No nono Roteiro presidencial, divulgado esta segunda-feira, o Chefe de Estado refere que o senhor ou a senhora que se segue em Belém deve ter alguma experiência no domínio da política externa.

No prefácio, Cavaco explica ainda a sua participação para explicar a execução do programa de ajustamento financeiro junto das instituições internacionais.

Prestes a entrar no último ano do mandato, diz o Chefe de Estado que os interesses de Portugal no plano externo só podem ser eficazmente defendidos por um Presidente que tenha alguma experiência no domínio da política externa e uma formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiês relevantes para o país.

Outro recado de Cavaco: o seu sucessor tem de ser alguém capaz de dominar as relações bilaterais com os países com quem interage e abordar com conhecimento de causa assuntos políticos, económicos, sociais que correspondam aos interesses do país.

O Presidente puxa ainda dos galões sobre a participação que teve durante o programa de assistência financeira. Houve que mobilizar toda a capacidade diplomática, incluindo a do Presidente da República, para explicar junto de instituições internacionais e líderes políticos a execução do programa, isto com o objectivo de suscitar a confiança dos investidores e conseguir apoios para as posições portuguesas. Cavaco conclui que foi isso que fez em dezenas de encontros.

O prefácio serve também para fazer um balanço das viagens oficiais de Cavaco no último ano. Destaque para a cimeira da CPLP, em Timor-Leste: o Presidente justifica a posição de Portugal ao não vetar a adesão da Guiné-Equatorial. Não o poderia fazer, diz Cavaco, porque poderia no limite pôr em causa a própria sobrevivência da comunidade. Portugal não podia ficar isolado e um eventual veto seria um golpe na credibilidade internacional de Timor-Leste.