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Isabel dos Santos quer “devolver ambição” à banca com fusão do BCP e BPI

03 mar, 2015

O Banco Comercial Português já mostrou disponibilidade para negociar uma eventual fusão entre as instituições.

Isabel dos Santos quer “devolver ambição” à banca com fusão do BCP e BPI

A empresária Isabel dos Santos considerou, esta terça-feira, que a proposta para que as equipas de gestão do BPI, do BCP e do CaixaBank avancem com um processo de fusão entre os dois primeiros bancos devolve a ambição à banca portuguesa.

"Estamos a devolver o sentimento da ambição ao sistema financeiro português", afirmou à agência Lusa o porta-voz da empresária angolana. A proposta foi avançada por Isabel dos Santos como resposta à OPA do espanhol Caixa Bank, ao BPI.

O porta-voz justificou: "Enquanto a OPA [Oferta Pública de Aquisição] anunciada pelo CaixaBank pressupõe uma integração ibérica, legítima à luz dos interesses de quem a faz, mas afastada dos interesses do sistema financeiro português, a nossa proposta de fusão projecta um movimento de consolidação em Portugal".

A mesma fonte reforçou que a proposta de consolidação impulsionada pela Santoro "potencia muito mais valor para as instituições em causa e para a economia portuguesa do que a OPA".

E referiu que o "objectivo é a criação do maior banco privado com sede em Portugal e que terá presenças de referência em Angola, Moçambique, e também na Polónia".

O BCP já mostrou disponibilidade para negociar com o BPI sobre uma eventual fusão entre as duas instituições. No comunicado que colocou na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o BCP disse que, havendo interesse do BPI, o banco liderado por Nuno Amado irá analisar a operação proposta pela Santoro de Isabel dos Santos.

Já o BPI não se pronunciou, optando por divulgar apenas a carta que recebeu de Isabel dos Santos. Na missiva, a empresária angolana afirma discordar das condições propostas pelo grupo espanhol e alega que a oferta não reflecte o valor do banco.

Esta proposta de Isabel dos Santos, que detém 18,6% do BPI, choca com os interesses da OPA ao BPI dos espanhóis do CaixaBank, que querem a integração ibérica dos dois bancos.