Curdos dispostos a trocar presos do Estado Islâmico por reféns cristãos
01 mar, 2015
O grupo islamita raptou cerca de 250 cristãos na semana passada, de regiões de maioria assíria, no nordeste da Síria.
A principal milícia curda que combate contra o autoproclamado Estado Islâmico na Síria diz-se disposta a efectuar uma troca de prisioneiros para garantir a libertação dos cerca de 250 civis cristãos que foram raptados de várias aldeias durante a semana passada.
Os cristãos são todos assírios que viviam em aldeias na região de Khabour, no nordeste da Síria, uma zona de maioria assíria e curda. Os assírios são um povo indígena a esta zona da Síria e do Iraque e são conhecidos também como caldeus ou siríacos.
Existem algumas milícias cristãs na região, que servem sobretudo para defender as suas terras, e que combatem lado a lado com as forças armadas curdas do YPG, mais numerosas e bem treinadas.
Segundo informação transmitida à Renascença pela União Siríaca Europeia, um grupo que representa os interesses desta etnia junto das instituições europeias, o YPG está disposto a libertar presos do Estado Islâmico em troca dos cristãos.
“O YPG confirmou a sua disponibilidade de trocar presos do Estado Islâmico por Siríacos-assírios que foram raptados da região de Khabour.”
O acordo foi alcançado numa conferência de imprensa, no dia 28 de Fevereiro, na cidade de Uppsala, na Suécia, onde estiveram representantes do YPG e de grupos assírios.
Segundo a nota enviada à Renascença, a troca é possível uma vez que “o número de combatentes do Estado Islâmico que estão nas mãos do YPG é superior ao número de reféns siríacos-assírios nas mãos do Estado Islâmico”.
Os cerca de 250 cristãos foram raptados numa série de ataques às aldeias de maioria cristã no início da semana e incluem mulheres, crianças e homens, na esmagadora maioria não combatentes.
Nos combates que se seguiram as milícias curdas e cristãs conseguiram reconquistar algumas das aldeias, mas não foi possível libertar os reféns que terão sido levados para território ocupado pelo Estado Islâmico.