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Zona euro discute proposta grega que a Alemanha já rejeitou

20 fev, 2015

Comissão Europeia e Alemanha com opiniões diferentes sobre prolongamento dos empréstimos europeus a Atenas.

Zona euro discute proposta grega que a Alemanha já rejeitou

Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se esta sexta-feira, em Bruxelas, para discutir a proposta de extensão dos empréstimos europeus apresentada pela Grécia.

O encontro deverá ficar marcado por discordâncias sobre o conteúdo da proposta avançada pelo Governo de Atenas, que defende o prolongamento do financiamento por mais seis meses, mas não do programa da troika.

Apesar de sinais de abertura manifestados pela Comissão Europeia, a Alemanha entende que o documento não vai ao encontro da mais recente posição do Eurogrupo e, por isso, não faz sentido elaborar já esta sexta-feira uma declaração final.

O Ministério das Finanças alemão rejeitou a proposta grega de extensão do financiamento dos seus parceiros europeus considerando que a mesma não representa "uma solução substancial" e "não cumpre os critérios estabelecidos" pela zona euro.

Num documento interno a que a agência Reuters teve acesso, o Governo alemão fala mesmo numa proposta que inclui um "cavalo de Tróia".

Para João Duque, um acordo ainda é possível apesar das posições extremadas. O economista sublinha contudo que não é de descartar uma eventual estratégia de ruptura.

Em declarações ao programa “Conselho de Directores”, da Renascença, Pedro Santos Guerreiro, do jornal “Expresso”, afirma que a intransigência alemã resulta de pressões internas que persistem, apesar de um claro recuo da Grécia.

“A Grécia já recuou 500 quilómetros naquilo que dizia, esta carta é bastante razoável, a Grécia aceita metas orçamentais, ter excedentes primários – não os mesmos, quer negociá-los – e a intransigência da Alemanha é muito hostil”, sublinha Santos Guerreiro.

A reunião desta sexta-feira acontece, também, depois de uma declaração do presidente da Comissão Europeia, em que Jean-Claude Junker admitiu que a troika “pecou contra a dignidade” de Portugal, Grécia e Irlanda e não tem legitimidade democráticas para aplicar programas de resgate.

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