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Justiça social não pode ficar “entre parêntesis” nas situações de emergência financeira

20 fev, 2015

Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz considera que aumento da pobreza se deve aos cortes nos apoios sociais.

Justiça social não pode ficar “entre parêntesis” nas situações de emergência financeira

A justiça social deve ser um objectivo e não pode ser colocado “entre parêntesis” em situações de emergência financeira como a que Portugal viveu nos últimos anos – é o alerta do presidente da Comissão nacional Justiça e Paz, Pedro Vaz Patto, a propósito do Dia Mundial da Justiça Social.
 
Este dia é assinalado a 20 de Fevereiro desde 2009, ano que a Assembleia Geral das Nações Unidas o decretou, reconhecendo, assim, a necessidade de promover os esforços para enfrentar questões como a pobreza, a exclusão e o desemprego.

Pedro Vaz Patto reconhece que “os dias mundiais sucedem-se” e há o risco de passarem “despercebidos”, pelo que é preciso lembrar que não se pode suspender o objectivo da justiça social, sob pena de se recuar.

Em Portugal, diz, há que reconhecer que, durante o plano de ajustamento, “houve algum cuidado no sentido de preservar as pensões, e os salários mais baixos, mas também é verdade que foram reduzidos muitos apoios sociais quando eram mais necessários”, afirmou Vaz Patto, em declarações à Renascença. Para o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz é nessa redução dos apoios sociais que se encontra a explicação para o crescimento da pobreza mostrado pelos dados do INE.

“Não devia ser assim”, diz Vaz Patto, “não se devia colocar entre parêntesis este objectivo da justiça social  mesmo numa situação de emergência financeira, sob pena de em vez de darmos passos em frente, darmos passos atrás”.