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António Costa. Portugal “empobreceu” e política do Governo “falhou”

01 fev, 2015

Líder socialista lembra ainda que “a dívida continua a aumentar e nós estamos depois destes três anos com uma enorme carga fiscal”.

António Costa. Portugal “empobreceu” e política do Governo “falhou”

O secretário-geral do PS, António Costa, considera que o "empobrecimento" em Portugal é uma realidade estatística e que "falhou" a receita do Governo de impor austeridade para promover o crescimento e pagar a dívida pública.

Ao discursar num almoço com militantes do partido em Tavira, António Costa afirmou que é necessária uma nova política e que o PS deve assumir a sua história, no dia em que assinala 40 anos da sua legalização [a 1 de Fevereiro de 1975], e "mobilizar-se pelo combate e por uma alternativa" à austeridade imposta pelo Governo PSD-CDS.

"O actual Governo quis convencer o país de que tinha uma estratégia, uma estratégia que, com uma grande diminuição de direitos, com uma grande política de austeridade, com o empobrecimento colectivo, iríamos conseguir relançar a economia e conseguir pagar a dívida pública. O que sabemos hoje é que há um aspecto que conseguiram alcançar, indiscutível que conseguiram empobrecer o país", disse António Costa.

O líder do PS apontou dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para justificar esta posição e deu como exemplo do empobrecimento os "recursos humanos que se viram obrigados a emigrar", os "300 mil postos de trabalho que muito contribuíram para aumentar o desemprego" e com os quais o Governo acabou.

"Mas empobreceram mesmo o país porque, ano após ano, a taxa de risco de pobreza tem vindo a aumentar em Portugal", acrescentou, frisando que há dois dias o INE cifrou "em 20% a população portuguesa em risco de pobreza" e "em 450.000 os portugueses que estão hoje em risco de pobreza".

A pobreza aumentou ainda, segundo o secretário-geral do PS, "entre empregados e pensionistas, mas também na população ativa", porque hoje, disse, "mais de 10% das pessoas empregadas estão abaixo do limiar de pobreza e isso demonstra bem o que significou de diminuição de direitos, de quebra de rendimentos e de falta de dignidade no Mundo do trabalho" a política imposta pelo Governo.

António Costa considerou que este empobrecimento é também visível junto das crianças e dos jovens, dos quais "25% estão em risco", e assim o Governo tem "criado um problema para hoje, mas também um enorme risco para o futuro".

António Costa voltou a apontar dados do INE para dizer que, "em 2014, o investimento privado e das empresas diminuiu" e "em 2015 vai diminuir ainda mais".

Costa acrescentou que "50%" dos empresários diz que não investe em Portugal "porque não têm perspectivas positivas para a economia" e porque, segundo o secretário-geral, a estratégia do Governo "não deu confiança aos empresários, pelo contrário minou-a", além de feito aumentar a dívida para valores mais altos dos que se registavam no início da crise.

"A verdade é que não controlaram a dívida, a dívida continua a aumentar e nós estamos depois destes três anos com uma enorme carga fiscal, com a economia paralisada, com um aumento do empobrecimento e com a dívida a aumentar", afirmou.