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António Costa. PS tem uma "meia-maratona" até às legislativas

30 jan, 2015 • Susana Madureira Martins

Líder do PS segue a tese de António José Seguro, expressa no congresso de 2011, em Braga: o caminho até às eleições é uma maratona. Na altura, os “socráticos” responderam que não se ganham maratonas estando parado.

António Costa. PS tem uma "meia-maratona" até às legislativas

O PS tem pela frente uma "meia-maratona" até às eleições legislativas, afirmou o líder António Costa, na comissão política nacional, realizada na quinta-feira à noite.

O candidato a primeiro-ministro respondeu, já no final da reunião, às críticas crescentes de que o partido não apresenta propostas concretas ao país, apontando que há muita incerteza na Europa e que não é possível tomar posições definitivas para já.

António Costa recupera, assim, uma ideia avançada por António José Seguro no congresso do PS, de 2011, em Braga, quando disse que o caminho até às eleições era uma maratona. Na altura, Seguro foi criticado pelos “socráticos”, que preferiam um “sprint”, e responderam a Seguro que não se ganham maratonas estando parado. Agora, António Costa aconselha cautelas, por exemplo, sobre as tomadas de posição sobre a Europa.

O presidente do PS, Carlos César, defendeu que o último dia de campanha eleitoral é o limite para os portugueses ficarem a conhecer as propostas socialistas. Elas hão-de chegar, diz César. Para já, vai ser criado um gabinete de estudos “para reunir todos os contributos” com vista à construção de um programa de Governo. 

O antigo líder do governo regional dos Açores reconhece que pairam as dúvidas dos portugueses sobre as propostas do PS. “Penso que me fazem essa pergunta porque havia alguém que nunca tinha dúvidas sobre nada. Nós, felizmente, convivemos num partido onde temos dúvidas”, respondeu aos jornalistas.

Questionado sobre porque é que o partido não dispara nas sondagens, Carlos César vê as coisas por outra prisma e prefere destacar que o PS está à frente da actual maioria governamental.

À saída da comissão política ouviu-se uma das posições mais definitivas e mais coladas ao Syriza por parte do PS. João Galamba, secretário nacional, foi duro sobre o partido socialista grego: “Os resultados do PASOK falam por si, um partido que ao aliar-se à direita e ao praticar a mesma política da direita, teve os resultados que teve”.

A comissão política do PS ficou ainda marcada pela intervenção da eurodeputada Ana Gomes, que defendeu a candidatura de Maria de Belém Roseira à Presidência da República, por ser mulher e por ter sido presidente do PS.