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Desemprego desce para 13,4% em Dezembro e ministro fala em "esperança"

29 jan, 2015

Socialista António Costa saúda redução, mas defende que o país vive uma "tragédia social", cuja resolução implica uma mudança de orientação política.

Desemprego desce para 13,4% em Dezembro e ministro fala em "esperança"

A taxa de desemprego (dos 15 aos 74 anos) estimada para Dezembro em Portugal é de 13,4%, menos 0,1 pontos percentuais do que o previsto para Novembro, divulgou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.

A população desempregada ajustada de sazonalidade foi estimada em 689,6 mil pessoas em Dezembro, o que representa uma diminuição de 0,7% face a Novembro de 2014 (menos 4,8 mil).

Quanto à população empregada (15 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, foi estimada em 4.441,5 mil pessoas, aumentando 0,1% (mais 6,4 mil) face ao mês anterior.

O INE sublinha que esta "evolução interrompe o decréscimo iniciado em Setembro de 2014, após um período de sete meses consecutivos de crescimento continuado no emprego (de Fevereiro a Agosto de 2014)".

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, considerou que a queda do desemprego "dá esperança e confiança aos portugueses" que querem regressar ao mercado de trabalho.

"[A redução] prova a resiliência da nossa economia, dos nossos trabalhadores, dos nossos empregadores que, fruto de muitas reformas que foram feitas na economia e no mercado de trabalho, conseguem hoje ter um tecido económico que cresce e cresce gerando emprego", acrescentou.

Tragédia social
António Costa também saudou a redução do desemprego, mas defendeu que o país vive uma "tragédia social", cuja resolução implica uma mudança de orientação política.

"Sempre que o desemprego se reduz o sinal é obviamente positivo, mas a questão é a de saber se é suficiente e se é consistente. Nestes últimos três anos, Portugal perdeu 300 mil postos de trabalho", reagiu.

De acordo com o líder socialista, "se ao número de desempregados, mais de 600 mil, se somar o número de pessoas que todos os dias deixam de estar inscritas [nos centros de emprego], porque são abatidas aos cadernos como desencorajadas, mais as pessoas que emigraram, temos a dimensão da tragédia social que o país tem vindo a viver".

"Essa situação só se alterará de forma consistente com uma alteração política, que implique uma nova orientação, da qual o Governo tem reafirmado a sua recusa persistente em mudar", acrescentou.


[Notícia actualizada às 14h19]