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Muçulmanos, cristãos e judeus rezam juntos pela paz em Lisboa

22 jan, 2015

As orações surgem como uma reacção aos ataques terroristas perpetrados em Paris em nome do islão.

Muçulmanos, cristãos e judeus rezam juntos pela paz em Lisboa
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Muçulmanos, cristãos e judeus vão rezar juntos pela paz, em Lisboa, numa reacção aos atentados de Paris que causaram 20 mortes, incluindo as dos autores dos ataques à redacção do jornal satírico "Charlie Hebdo" e a um supermercado judeu.

"Em relação aos trágicos acontecimentos de que temos tido notícias, foi decidido pelas três religiões abraâmicas – judaica, cristã e islâmica – fazerem-se orações" em Lisboa, anunciou, em comunicado, o presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil.

As orações decorrerão sexta-feira (dia de oração para os muçulmanos), pelas 13h15, na Mesquita de Lisboa, sábado (dia de descanso para os judeus) pelas 19h30 na Sinagoga de Lisboa e domingo (Dia do Senhor para os cristãos) pelas 10h30 na paróquia de Campolide.

"Esperemos que estas orações [...] sejam, mais uma vez, exemplo de como nos devemos portar neste mundo de diversidade cultural e religiosa a que os nossos livros sagrados fazem referência", sublinhou Abdool Vakil.

As orações surgem como uma reacção aos ataques terroristas perpetrados em Paris em nome do islão.

Os irmãos Said e Cherif Kouachi entraram a 7 de Janeiro na redacção do jornal "Charlie Hebdo", conhecido pelos seus cartoons polémicos, muitos sobre o islão e o profeta Maomé, e mataram 12 pessoas.

Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque foram mortos, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, onde se tinham barricado.

Um dia depois, Amédy Coulibaly iniciou uma escalada de violência, matando a tiro uma agente da polícia e tomando de assalto um supermercado de produtos judaicos, que resultou na morte de quatro reféns e do próprio Coulibaly, abatido pela polícia.

Os ataques foram condenados por organizações muçulmanas de toda a Europa, que garantem não haver lugar para a violência no Islão.