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2014 foi o ano mais mortífero da guerra na Síria: mais de 76 mil mortos

01 jan, 2015

Número é avançado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Uma em cada quatro vítimas é civil.

Pelo menos 76 mil pessoas morreram directamente por causa da guerra na Síria durante 2014, tornando este o ano mais mortífero desde o início da guerra, em 2011. Uma em cada quatro vítimas é civil.

O número é avançado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização que começou por estar ligada à oposição síria e que recolhe dados de uma vasta rede de contactos no terreno.

Segundo esta organização, morreram mais três mil pessoas ao longo do ano que agora terminou do que em 2013. Em 2012 morreram cerca de 50 mil pessoas por causa da guerra.

O enorme crescimento do Estado Islâmico durante este ano contribuiu para um o aumento dos mortos. Com uma expansão rápida tanto no Iraque como na Síria, o Estado Islâmico luta não só contra as forças governamentais de ambos os países, como ainda contra as forças curdas, no Iraque e na Síria, e outros grupos islamitas e da oposição na Síria, para além de cometer várias atrocidades contra civis nas zonas que ocupa.

A guerra civil na Síria começou com protestos contra o regime, no auge da chamada "Primavera Árabe". Mas, ao contrário de países como a Tunísia, Egipto, Líbia e Iémen, na Síria o Governo não caiu e a sociedade mostrou-se muito mais dividida, com o conflito a ganhar rapidamente contornos de guerra sectária, com a maioria sunita a formar a espinha dorsal da oposição e os xiitas e alauitas, uma minoria que domina os aparelhos do poder, a formar o grosso das forças leais ao Presidente Bashar al-Assad.

Os cristãos, que no início da guerra compunham cerca de 10% da população, têm procurado manter-se neutros, mas são cada vez mais perseguidos pelas forças da oposição, de pendor cada crescentemente islamita.

Também no Iraque o conflito entre sunitas e xiitas, e a expansão do Estado Islâmico, levou ao maior número de mortes violentas desde 2007.

[Notícia actualizada às 17h21 de 2 de Janeiro]