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AirAsia. Uma tragédia na história do tigre asiático da aviação

28 dez, 2014

A empresa liderada por um homem de ascendência portuguesa, Tony Fernandes, tem menos de 15 anos e começou com duas aeronaves. Agora tem 180 aviões. Era até este domingo uma companhia com um crescimento galopante e um dos "players" emergentes na Ásia. 

A AirAsia foi criada em 2001 com dois aviões e em menos de 15 anos transformou-se num titã que opera com mais de 180 aparelhos aéreos. Neste momento, e depois do desaparecimento do avião com 162 passageiros, enfrenta o maior desafio da sua história. 

O sonho de construir uma grande companhia aérea pertencia ao líder do grupo, Tony Fernandes, e conheceu este domingo um duro revés.  
 
"Este é o meu pior pesadelo. Mas não vamos parar", disse o homem de ascendência portuguesa no Twitter, onde tem um milhão de seguidores.

A AirAsia é detida em 49% pela malasiana "AirAsia Bhd", sendo que os investidores locais detém o resto.

Até domingo, a AirAsia tinha um registo quase imaculado no que diz respeito à segurança quando comparado com os competidores regionais com a Malaysia Airlines, ou as indonésias como a Lion Air ou a Garuda Airlines, que perderam vários aviões nos últimos anos.

"Tony Fernandes e AirAsia são muito conceituados na indústria da aviação. A companhia é muito bem sucedida e tinha um excelente registo de segurança”, diz à Reuteurs John Strickland, director da JLS Consulting.

A AirAsia, que tem sucursais na Tailândia, Filipinas e India, tornou-se num competidor local como a Malaysia Airline, a Singapore Airlines e a Qantas.

Alvo da disputa da Airbus e da Boeing
Com 475 aviões encomendados ou entregues, a AirAsia emergiu como o maior cliente regional da Airbus. As encomendas tiveram uma dimensão tão grande que esta companhia malasiana se tornou alvo de uma disputa entre as gigantes Airbus e a Boeing. Os dois fabricantes trocaram acusações de pagamentos de subsídios ilegais.

Esta companhia aérea foi elogiada por políticos europeus, assim que se tornou num dos maiores clientes das exportações da indústria europeia deste sector e que ajudou a segurar milhares de postos de trabalho.

Tony Fernandes, que fez carreira como executivo na Warner Music, é um homem que veste de forma descontraída, normalmente com calças de ganga e um boné vermelho da AirAsia. É ainda proprietário do clube da primeira liga inglesa, o Queens Park Rangers.