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Advogado de Sócrates: Recurso "tem óptimos fundamentos e vai resultar"

19 dez, 2014

João Araujo espera que o ex-primeiro-ministro, preso preventivamente em Évora, "vá passar o Natal a casa".

Advogado de Sócrates: Recurso "tem óptimos fundamentos e vai resultar"
João Araujo espera que o ex-primeiro-ministro, preso preventivamente em Évora, "vá passar o Natal a casa".
Um mês depois do ex-primeiro-ministro ter sido detido no Aeroporto de Lisboa, vindo de Paris, o seu advogado interpôs esta sexta-feira um recurso a contestar a prisão preventiva e a pedir a libertação do antigo líder socialista.

João Araujo mostrou-se convicto de que o recurso apresentado esta sexta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, "tem óptimos fundamentos e vai resultar". 

O advogado escusou-se a revelar pormenores sobre o conteúdo do recurso, justificando com a decisão do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados que o impediu de revelar os fundamentos do pedido apresentado.

O advogado contava entregar o recurso na última segunda-feira, mas acabou por não o fazer, dizendo sentir necessidade de consultar primeiro o seu cliente. Na altura, referiu que "com a máxima extensão possível, a defesa irá transmitir as pertinentes informações sobre nova iniciativa processual", mas tal hoje não aconteceu.

Numa das visitas que fez à prisão de Évora, onde o antigo primeiro-ministro se encontra detido preventivamente, João Araujo afirmou aos jornalistas que estava na "altura de José Sócrates se defender publicamente".

"Há um cidadão injustamente preso, em meu entender" e, por isso, "tem que ser libertado, logo que alguém se aperceba da injustiça, da ilegalidade", sustentou na ocasião, acrescentando esperar que Sócrates "vá passar o Natal a casa porque, só o facto de estar preso há 15 dias, é um abuso", o qual "tem que cessar o mais depressa possível".

Sócrates está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora, desde 25 de Novembro, por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada num caso relacionado com alegada ocultação ilícita de património e transacções financeiras no valor de vários milhões de euros. Tem recebido quase diariamente a visita de amigos e colegas de partido, incluindo do antigo chefe de Estado Mário Soares, Sócrates optou por se "defender publicamente", tendo escrito cartas a vários órgãos de comunicação social em que clama inocência.

Além do antigo governante e do seu motorista João Perna, no âmbito da "Operação Marquês" está ainda em prisão preventiva Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data do ex-líder socialista. O processo tem ainda como arguido o advogado Gonçalo Trindade, que está proibido de contactar com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente no DCIAP.

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