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Greve na TAP entre o Natal e o Ano Novo

10 dez, 2014

Empresa remeteu para mais tarde uma eventual resposta ao anúncio de greve, alegando não ter recebido qualquer pré-aviso.

Greve na TAP entre o Natal e o Ano Novo
A Plataforma Sindical da TAP anunciou a convocação de uma greve de quatro dias na companhia aérea. A paralisação decorre entre o Natal e o Ano Novo, nos dias 27, 28, 29 e 30 de Dezembro.

O objectivo do protesto é "sensibilizar o Governo para a necessidade de travar o processo de privatização", explicam os 12 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, num comunicado divulgado após uma assembleia-geral de pilotos realizada esta quarta-feira.

A TAP remeteu para mais tarde uma eventual resposta ao anúncio de greve, alegando, em comunicado no Facebook, não ter recebido qualquer pré-aviso. "A TAP está a par, através da comunicação social, de que terá sido decidida hoje uma greve mas, até ao momento, não recebeu qualquer pré-aviso oficial", refere a empresa no Facebook.

"As garantias invocadas pelo Governo, até este momento, não são credíveis, nem eficazes. O interesse nacional não é salvaguardado", argumenta a plataforma sindical que, ao contrário do que afirmou o ministro da Economia, Pires de Lima, considera que "não há urgência em privatizar".

Os sindicatos acusam o Governo de pretender “entregar  todo o grupo TAP” a interesses privados “por um preço irrisório, mas rejeita entregar uma participação significativa aos trabalhadores que são um factor de estabilidade do centro de decisão empresarial em Portugal”.

Nos termos anunciados pelo Governo, a Plataforma considera que a privatização "não garante o crescimento da actividade, nem a manutenção da TAP de hoje, nem o nível do emprego, nem as receitas fiscais e nem os fluxos turísticos no território nacional".

O presidente da TAP, Fernando Pinto, admitiu na terça-feira que os resultados anuais da empresa podem estar comprometidos pelas greves, que já “custaram pelo menos 25 milhões euros”.

O Governo quer fechar a venda da TAP até ao final do primeiro semestre de 2015. O Ministério da Economia não quer arrastar o negócio e o objectivo é concluir o processo antes das legislativas.

O ministro da Economia garantiu, na semana passada, no Parlamento, que não haverá empresas "acarinhadas" na privatização da TAP.

[Notícia actualizada às 8h30, dia 11]