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Estados Unidos

Pais de Michael Brown revoltados com declarações do polícia que baleou o filho

27 nov, 2014

Em declarações à estação norte-americana ABC, o agente alegou que o jovem, de 18 anos, foi o primeiro a mostrar-se agressivo ao dar o primeiro murro.

Os pais de Michael Brown não acreditam nas justificações do polícia que atingiu mortalmente um jovem afro-americano com seis tiros em Ferguson, nos Estados Unidos, no mês de Agosto.

Na primeira entrevista que deu desde o incidente, o agente Daren Wilson disse temer pela própria vida e que o jovem foi o primeiro a mostrar-se agressivo ao dar o primeiro murro. "Tentou disparar sobre mim com a minha própria arma", contou.

A mãe de Michael Brown ficou revoltada com esta versão dos factos, que apelidou de uma "total falta de respeito". "Não acredito numa palavra sequer. Conheço muito bem meu filho. Nunca teria feito aquilo. Nunca provocou ninguém", garantiu Lesley McSpadden ao programa "This morning", da emissora CBS.

"O meu filho respeitava as autoridades. E que pessoa, no seu perfeito juízo, se atreveria a atacar um agente da polícia que tem uma arma na mão? É uma loucura", sublinhou o pai de Michael Brown.

Daren Wilson disse estar "consciência tranquila", assegurando que fez bem o seu trabalho e que o conflito terminaria de igual modo se o adolescente, de 18 anos, em causa fosse branco.

Los Angeles foi palco, na noite de quarta-feira, de protestos que resultaram em dezenas de detidos, enquanto Ferguson regressa à normalidade após distúrbios desencadeados pela decisão que ilibou Daren Wilson.

Nos últimos dias, mais de 400 pessoas foram detidas em motins em vários pontos do país, com vozes da indignação também a atravessaram o Atlântico: milhares de pessoas a manifestarem-se esta quarta-feira em frente à embaixada dos Estados Unidos em Londres.