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Turistas seniores procuram "experiências vividas". Vai um salto de pára-quedas?

27 nov, 2014 • Ana Carrilho

Em declarações à Renascença, o sociólogo Ian Patterson, especialista em Turismo e Envelhecimento, diz que os operadores têm que estar atentos a estes consumidores.

Turistas seniores procuram "experiências vividas". Vai um salto de pára-quedas?

O turismo para a população sénior pode ser um grande negócio, um nicho de mercado a explorar nos próximos anos, com o envelhecimento da população, sobretudo nos países ocidentais.

Especialmente os chamados “baby boomers”, nascidos nos pós-guerra e que agora estão a chegar à reforma, recusam-se a calçar os chinelos e a ficar sentados frente à televisão. Em geral, têm dinheiro, são mais saudáveis que os pais e avós e querem viver novas experiências, fazer coisas em que nunca pensaram quando eram mais novos.

Este é o cenário que o sociólogo Ian Patterson, especialista em Turismo e Envelhecimento, vai traçar aos participantes da 1ª Conferência Internacional sobre o tema, que vai decorrer até ao fim-de-semana no Centro de Congressos do Estoril.

Em declarações à Renascença, o especialista australiano deixa bem claro que os seniores querem guardar na memória o resultado de “experiências vividas”, mais do que fotos e vídeos de passagens rápidas por inúmeros monumentos, fechados dentro de um autocarro. Para depois contar aos familiares e amigos.

Preferem ser eles próprios a planear as suas viagens, procurar “hobbies”, fazer coisas diferentes em diversos países, conhecer a cultura ou viver experiências com maior actividade. Ian Patterson dá vários exemplos: o seu próprio desejo de escalar montanhas, desde que não sejam perigosas; também há quem queira fazer “bungee jumping” ou saltar de pára-quedas. No fundo querem fazer alguma coisa que nunca fizeram e sempre desejaram.

Os operadores turísticos têm que estar atentos a estes consumidores que são cada vez mais e mais exigentes. Ian Patterson pensa que este é um nicho de mercado para muitos países europeus com um clima temperado, mesmo no Inverno, em época baixa.

Têm condições para acolher  estes turistas sem pressas e que podem ficar três ou quatro meses porque estão reformados. São estrangeiros que ajudam a economia e seria bom para Portugal, sublinha Ian Patterson.