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Chefe das secretas chamado ao parlamento

26 nov, 2014

No âmbito das investigações da "Operação Labirinto", sobre a concessão de vistos "gold", foram detectadas acções de "limpeza electrónica".

O secretário-geral dos Serviços de Informação da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, vai ser chamado ao parlamento para dar explicações sobre acções de "limpeza electrónica" no Instituto de Registo e Notariado (IRN).

No âmbito das investigações da "Operação Labirinto", sobre a concessão de vistos "gold", a PJ detectou elementos dos Serviços de Informações e Segurança (SIS) no gabinete do presidente do IRN, António Figueiredo, que foi depois preso preventivamente.

Mais tarde o SIRP confirmou essas acções de “limpeza electrónica”.

A proposta de ouvir Júlio Pereira partiu do Bloco de Esquerda e teve os votos favoráveis do PSD, CDS e PCP.

O PS apresentou um requerimento para ouvir apenas o Conselho de Fiscalização do SIRP sobre este caso, mas a vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho foi mais longe e disse que, além dessa proposta dos socialistas, aceitava o requerimento do Bloco de Esquerda e do PCP para também ser ouvido na Assembleia da República o secretário-geral do SIRP.

Teresa Leal Coelho declarou que o comunicado emitido por Júlio Pereira sobre a operação de varrimento electrónico feita por agentes do SIS (entre eles estava o próprio director Horácio Pinto) "deixou muitas dúvidas".

Sobre este caso, a deputada do Bloco de Esquerda Cecília Honório, usou palavras duras considerando "sinistra" quer a acção dos agentes do SIS, quer a explicação sobre a operação do IRN.

António Filipe (PCP) mostrou-se céptico sobre o resultado de uma audição com o Conselho de Fiscalização do SIRP: "fiscalizam muito, mas nunca vêem nada", declarou o deputado.

O PS foi a única força política a votar contra a audição parlamentar de Júlio Pereira.

Na reunião, também sobre este caso relativo às controversas operações de limpeza electrónica do SIS, foi marcada uma reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais para serem ouvidos, já nesta quinta-feira, os membros do Conselho de Fiscalização do SIRP, órgão liderado pelo deputado social-democrata Paulo Mota Pinto.