As medidas de coacção a aplicar ao antigo primeiro-ministro José Sócrates e aos outros três arguidos da "Operação Marquês" devem ser conhecidas ainda esta segunda-feira.
Uma funcionária do tribunal anunciou pelas 17h20 desta segunda-feira que as medidas de coacção serão lidas aos jornalistas em breve. Inicialmente, avançou-se que tal aconteceria até às 18h30; de seguida, pelas 20h00, hora dos telejornais. Nenhuma das previsões se confirmou.
A medida mais leve a ser aplicada é um Termo de Identidade e Residência, ao qual os quatro arguidos estão, desde já, sujeitos, e a mais grave é a prisão preventiva, que é decretada quando existe perigo de fuga, de perturbação do inquérito ou risco de ocultação de provas.
À chegada ao tribunal, depois de uma pausa para almoço, o advogado de Sócrates, João Araújo, explicou que as inquirições aos arguidos já terminaram, informando que a aplicação das medidas de coacção será agora a próxima etapa das diligências processuais no TCIC.
"O interrogatório terminou", disse João Araújo aos jornalistas.
Além do ex-primeiro-ministro, foram detidas mais três pessoas no âmbito da "Operação Marquês". Para esta segunda-feira é esperada a decisão do juiz Carlos Alexandre sobre as medidas de coacção a aplicar aos quatro detidos no âmbito desta investigação que levou à detenção do ex-primeiro-ministro, do seu amigo de longa data e antigo administrador do grupo Lena Carlos Santos Silva, do motorista de José Sócrates, João Perna, e do advogado Gonçalo Trindade Ferreira.
O antigo governante socialista foi detido na sexta-feira à noite (dia 21), quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. É a primeira vez na história da democracia portuguesa que um ex-primeiro-ministro é detido para interrogatório judicial.
Tudo sobre a detenção de José Sócrates [Notícia actualizada às 21h34]
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