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Greve na CP provoca atrasos e supressões em todos os serviços

24 nov, 2014

Durante a paralisação não haverá transportes alternativos. O protesto visa demonstrar "o descontentamento face à decisão do Governo em manter as medidas de austeridade".

Greve na CP provoca atrasos e supressões em todos os serviços
A greve dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP, agendada para esta segunda-feira, está a causar atrasos e supressões de comboios em todos os serviços – Desde o Alfa Pendular (Intercidades, Regional, Inter-regional) até aos comboios urbanos.

Na última noite já se fizeram sentir os efeitos da paralisação, segundo fonte sindical, citada pela agência Lusa. A circulação terá sido afectada nas linhas de Sintra e Cascais. Constrangimentos que, segundo a mesma fonte, terão acontecido também nas ligações Porto - Régua, Valença, Braga e Aveiro.

Durante a paralisação, que poderá prolongar-se até a manhã de terça-feira, não haverá transportes alternativos, mas o Tribunal Arbitral decretou 25% da operação em serviços mínimos.

A greve foi marcada para demonstrar "o descontentamento face à decisão do Governo em manter as medidas de austeridade".

"Esta é uma greve inédita e é vergonhoso o que a empresa está a fazer ao substituir os revisores por pessoal que não executa há muito estas tarefas", disse Luís Bravo, dirigente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

Em todo o país, o sindicato estima que 75% das bilheteiras estejam encerradas.

"As bilheteiras na zona norte estão todas encerradas, assim como as principais bilheteiras no resto do país", disse à agência Lusa António Lemos em nome do SFRCI.

O dirigente sindical adiantou que na zona norte do país só há comboios de serviço mínimo e que só se efectuaram três comboios urbanos para a linha do Douro e Minho, "até ao momento".

De acordo com o sindicalista, na Linha de Sintra só partiu um comboio.

CP "gananciosa"
António Lemos acusou ainda a CP de, ao contrário de em lutas anteriores, não ter bloqueado a venda de bilhetes nos comboios de longo curso, nomeadamente os Alfa e Intercidades, gerando uma "situação lamentável" para os passageiros que compraram bilhetes.

"A CP bloqueava a venda, coisa que não fez e o primeiro comboio do Porto para Faro foi suprimido, mas os passageiros ficaram ao abandono, sendo uma situação bastante lamentável. A ganância por parte da CP foi superior a tudo e a todos, foi uma falta de consideração total para com os trabalhadores", sublinhou.

Por seu turno, a porta-voz da CP, Ana Portela, declarou que os serviços mínimos nas linhas ferroviárias nacionais estão garantidos "no dia em que se cumpre uma greve dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da empresa Comboios de Portugal".

De acordo com a porta-voz da CP, até às 6H00 desta segunda-feira foram cumpridos os serviços mínimos decretados pelo tribunal, tendo circulado 27 comboios, dos 63 programados.

Os serviços mínimos obrigavam a 22, segundo a mesma fonte.