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Sócrates já começou a ser interrogado

23 nov, 2014

Antigo primeiro-ministro deverá ser o único detido a ser ouvido este domingo pelo juiz Carlos Alexandre.

Sócrates já começou a ser interrogado
José Sócrates começou a ser interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, este domingo à tarde, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa (TCIC).

O ex-primeiro-ministro está no Campus de Justiça desde as 8h35, mas apenas pelas 15h00 começou a  ser ouvido.

Não há qualquer indicação sobre quanto tempo de deverá durar o interrogatório.

José Sócrates deverá ser o único detido a ser ouvido este domingo pelo juiz Carlos Alexandre.

Por volta das 17h30, o ex-primeiro-ministro foi visto na zona da sala de espera do edifício do tribunal, durante uma pausa no interrogatório, na companhia do seu advogado.

Por seu lado, a farmacêutica Octapharma revelou este domingo que a delegação em Portugal foi alvo de buscas na passada quinta-feira, dia 20. José Sócrates integra o conselho consultivo da empresa para a América Latina.

Em comunicado, a farmacêutica garante estar "totalmente disponível" para colaborar com as autoridades portuguesas e adianta que "nenhum colaborador da Octapharma Portugal foi detido ou constituído arguido no âmbito das investigações em curso" e que, por isso, "as notícias do envolvimento da empresa com as alegadas irregularidades em investigação não têm qualquer fundamento".

O ex-primeiro-ministro foi detido na sexta-feira à noite, quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris. Esta é a primeira vez na história da democracia portuguesa que um antigo primeiro-ministro é detido para interrogatório.

A Autoridade Tributária e o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) investigam crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Os restantes três detidos no âmbito do mesmo inquérito são o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista de Sócrates João Perna.
 
A PGR esclareceu que investigação é independente de outros inquéritos, como o “Monte Branco” ou “Furacão”, adiantando que teve origem numa comunicação bancária, “efectuada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em cumprimento da lei de prevenção e repressão de branqueamento de capitais".

"O inquérito, que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, encontra-se em segredo de justiça", lembrou a PGR, em comunicado divulgado no sábado de madrugada.

[notícia actualizada às 18h32]

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