21 nov, 2014
O muro que ruiu parcialmente, quinta-feira à noite, no Cacém, obrigando ao desalojamento de 22 famílias, precisava de obras há dois anos, disse a directora da Protecção Civil Municipal, Ana Queiroz do Vale.
Em declarações à Renascença, esta responsável explicou que, em 2012, os moradores já tinham apresentado queixa das condições em que o muro se encontrava. Na altura, a autarquia fez uma verificação da situação e notificou o proprietário para fazer obras, mas nada foi feito.
O muro é propriedade privada e foi construído há cerca de 30 anos, com autorização do poder local.
Esta sexta-feira de manhã, técnicos da protecção civil fizeram uma avaliação do risco da situação.
O muro ruiu parcialmente na última noite para sobressalto da população. Uma moradora de um dos prédios, Clementina Santos, disse à Renascença que chegou a pensar tratar-se de um terramoto. "A minha mãe dizia-me que era um trovão. Eu pensei que fosse um terramoto porque o prédio abanou", descreveu.
"Depois fui à janela e reparei que o muro não estava igual, tinha ruído", acrescentou.
Na quinta-feira, cerca das 20h15, as autoridades foram alertadas para a ameaça de derrocada de um muro nas traseiras de três prédios no Cacém, obrigando à evacuação dos n.º 12, 10 e parte do n.º 8 da Rua de São Tomé e Príncipe. A autarquia revelou que o prédio n.º 12 é o que inspira "maior preocupação, porque uma parte do muro caiu" no logradouro e encostou ao edifício.
Das 22 famílias afectadas, oito foram realojadas com o apoio da Protecção Civil de Sintra e da Segurança Social. A Câmara de Sintra admitiu inicialmente a necessidade de realojar 20 pessoas, mas apenas acabaram por ser encaminhadas 14 para o Centro de Emergência da Idanha, em Belas.
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), admitiu na sexta-feira que a autarquia pode assumir a reparação "de emergência" do muro que ruiu parcialmente no Cacém, ameaçando três prédios, mas imputando depois os custos aos proprietários.
"É evidente que se o muro for privado, a lei obriga-nos em estado de emergência a fazer as obras, mas depois têm de ser pagas pelo proprietário privado", afirmou o presidente da autarquia, após visitar os prédios afectados pela queda parcial de um muro, que levou a desalojar 22 famílias.