10 nov, 2014 • Cristina Branco
O número de solicitações de empresas a pedir inspecção do ar condicionado está em alta, depois da manifestação do surto de legionella na zona de Vila Franca de Xira.
A informação foi avançada à Renascença por Marta Santos, engenheira química numa empresa de inspecção ambiental: muitos empresários estão, desde o fim-de-semana, a pedir inspecções e manutenções dos sistemas de climatização porque deixaram de as fazer há um ano, depois da intordução de alterações à legislação.
As mudanças legais, associadas à crise económica e financeira, levaram as empresas a facilitar e adiar a manutenção dos sistemas de ar condicionado. Desde o final de 2013, “a informação sobre qualidade do ar interior deixou de ter de constar nos certificados energéticos e não existe fiscalização”, afirma Marta Santos.
“Actualmente, a portaria de regulamentação 353/2013 apenas prevê que os proprietários dos edifícios devem fazer, por iniciativa própria, um controle à qualidade do ar interior. Contudo, não define períodos. Não há controlo, não há fiscalização, estamos a atravessar um período de crise e as empresas deixaram de fazer essa análise, que tem custos elevados”, detalha a engenheira química.
A demonstrar esta prática está o facto de “se registar um 'boom'”, deste sexta-feira e, sobretudo, desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira, no número de empresas a pedir inspecções aos sistemas de climatização. Na empresa de Marta Santos, os pedidos, “para já, são todos da zona de Vila Franca de Xira”.