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Ministro avisa: Portugueses que participem em acções do Estado Islâmico são terroristas

31 out, 2014

Rui Machete diz que as operações do EI são comandadas por "assassinos que praticam crimes hediondos".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, avisa que os portugueses que participem em acções do autoproclamado Estado Islâmico serão considerados terroristas e que o seu envolvimento no grupo jihadista não pode ocorrer "de ânimo leve".

"É muito importante alertar os portugueses e as portuguesas de que este fenómeno [do grupo radical Estado Islâmico] não é uma brincadeira, é uma coisa muito séria, e não podem, de ânimo leve, fazer uma viagem à Síria e participar em operações, porque são operações de terrorismo, comandadas por assassinos que praticam crimes hediondos", declarou o governante aos jornalistas, em Lisboa, falando à margem da primeira gala Portugal-China, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, "é muito importante que as pessoas percebam a gravidade desses eventuais actos e compreendam que passam a ser consideradas como terroristas".

"Evidentemente não é de ânimo leve que uma pessoa pode iniciar uma aventura destas. Isto não é uma viagem de turismo", alertou.

Questionado sobre se houve algum desenvolvimento na situação de cidadãos nacionais que tenham estado envolvidos com o designado Estado Islâmico (EI) e que pretendam regressar a Portugal - como Rui Machete anunciou na semana passada na Renascença -, o ministro respondeu: "Aí, não tenho nenhuma informação que possa dar sobre o assunto". 

Sobre a sua audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades, marcada para o próximo dia 11, pedida pelo PS, a propósito das declarações que fez sobre o envolvimento de portugueses nas actividades deste grupo extremista, o governante voltou a desvalorizar a polémica.

"O problema foi fazerem uma tempestade num copo de água, visto que eu não disse nada de novo", declarou, acrescentando que a reunião da comissão vai decorrer à porta aberta, como tinha proposto, porque não estão em causa "informações sigilosas".

Instado a comentar se as suas afirmações poderão ter colocado portugueses em risco, o ministro disse que "se ficarem em risco, já tinham ficado com as declarações que tinham sido feitas anteriormente" nessas publicações.