Emissão Renascença | Ouvir Online

OE 2015

“Trabalhadores não são um banco para emprestar dinheiro ao Governo”

30 out, 2014

Anúncio feito pelo primeiro-ministro, sobre a ideia de insistir na reposição gradual dos cortes da função pública, foi mal acolhido pelos sindicatos do sector.

A Frente Comum de Sindicatos da Função Pública está contra a ideia de Passos Coelho em prolongar os cortes parciais dos salários para além de 2015.

“Os trabalhadores não são nenhum banco para emprestar dinheiro ao Governo”, lamentou a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, em declarações à Renascença.

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro garantiu que, se vencer as legislativas de 2015, vai voltar a propor que a reposição dos cortes seja feita de forma gradual. Actualmente, a lei em vigor depois do chumbo de Agosto do tribunal Constitucional, prevê que os salários sejam pagos por inteiro a partir de 2016.

A intervenção do Tribunal Constitucional nesta matéria, provavelmente, não vai ficar por aqui, acredita, o dirigente da Federação de Sindicatos de Administração Pública, (FESAP), José Abrão.

“O primeiro-ministro tem uma fixação enorme com os trabalhadores da Administração Pública, quase que os responsabilizando pela crise”, critica, considerando que “depois de nove chumbos no Tribunal Constitucional”, é possível que os juízes do Palácio Ratton “voltem a chumbar essa intenção, caso venha a ser concretizada, seja com que Governo for”.

Já o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), depois das declarações de Passos Coelho no Parlamento, só há um dado a reter: “A única coisa que os portugueses têm como certo é que, se continuar este Governo em 2015 e 2016, vão continuar a ter o caminho do empobrecimento”, afirmou a dirigente Helena Rodrigues, acrescentando que o Executivo continua disposto a desafiar o Constitucional.