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Ministério Público investiga eventual sabotagem no Citius

30 out, 2014

Suspeita constava da participação do Ministério da Justiça e agora serve de base ao inquérito instaurado.

Sabotagem informática. É este o crime em causa no inquérito aberto aos problemas na plataforma informática Citius. O esclarecimento foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), esta quinta-feira.

Na sequência do relatório enviado pelo Ministério da Justiça sobre as falhas do Citius, a PGR indica, em comunicado, que "foi instaurado um inquérito com a finalidade de investigar os factos descritos naquela participação, os quais, de acordo com a mesma, poderão configurar a eventual prática de crime de sabotagem informática".

O gabinete de Joana Marques Vidal esclarece ainda que a actual directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Maria José Morgado, "em momento algum da participação recebida do Ministério da Justiça é indicada como suspeita".

Esta explicação surge na sequência das notícias que revelam que a responsável pelo DIAP terá sido alertada várias vezes para os problemas no Citius, o que a levou, aliás, a optar por não utilizar aquela plataforma informática.

O gabinete da ministra da Justiça informou, na quarta-feira, que os dois técnicos superiores da Polícia Judiciária, que trabalhavam na plataforma de gestão processual Citius, "cessaram funções por deliberação do Conselho Directivo do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ)".

Os técnicos estavam em comissão desde 2012 e o "Diário de Notícias" refere que o Ministério Público está a investigar dois informáticos requisitados pelo IGFEJ à PJ, por alegada sabotagem destes ao sistema informático Citius.

O bloqueio da plataforma informática Citius no arranque do novo mapa judiciário, a 1 de Setembro, gerou críticas de magistrados, advogados e funcionários judiciais, que alertaram para o "caos" gerado nos tribunais, tendo, no plano político, levado partidos da oposição a pedir a demissão da ministra da Justiça.