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Juízes pedem entidade independente para avaliar problemas no Citius

25 out, 2014

Assembleia da República, Conselho Superior de Magistratura e Governo deviam a monitorizar a reforma na justiça, defende o sindicato dos funcionários judiciais.

A Associação Sindical de Juízes defende a criação de uma entidade independente para acompanhar a reforma da plataforma informática na justiça.

A ideia é defendida pelo presidente da associação, depois de a ministra da justiça ter enviado para a Procuradoria-Geral da República o relatório sobre os problemas no Citius, que aponta para a existência de indícios de natureza disciplinar e criminal.

O juiz Mouraz Lopes pede a intervenção de uma entidade independente, “composta por representantes dos vários órgãos com responsabilidade política, nomeadamente a Assembleia da República, o Conselho Superior de Magistratura e o Governo”.

Esta entidade deve acompanhar a reforma na justiça “de uma forma formal através de uma avaliação permanente e monotorização de tudo o que se passou e suas consequências”, defende.

Os juízes dizem que desconhecem ainda o teor do relatório do ministério da justiça. Para o sindicato dos funcionários judiciais, tudo aponta para problemas dentro do ministério.

“Se o relatório foi enviado para a Procuradoria-Geral da República é porque há culpados, pessoas que deliberadamente provocaram situações que prejudicaram o funcionamento dos tribunais”, disse à Renascença o dirigente sindical Fernando Jorge.

“As únicas pessoas que tinham acesso à plataforma eram funcionários do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, a não ser que tenha havido intervenção daqueles piratas informáticos. Para mim é um mistério”.

Além da Procuradoria-Geral da República, o relatório sobre os problemas na plataforma informática Citius seguiu também para a Inspecção-Geral dos Serviços da Justiça.

ministra da Justiça atribui às reformas feitas, e às que ainda vai fazer, a origem de notícias sobre problemas na plataforma informática Citius.

“Ao reformar e aos fazermos as reformas que fizemos e as outras que se avizinham tocámos em interesses. Eu estranhava já que não tivesse sido aproveitado um outro pretexto porque quem reforma toca nestes interesses, cria condições para o fim da impunidade, tem que apanhar, obviamente”, disse Paula Teixeira da Cruz.