24 out, 2014
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, garante não ter revelado "qualquer informação" que permita identificar os portugueses ligados ao movimento jihadista Estado Islâmico e manifestou-se disponível para ser ouvido no Parlamento à porta aberta.
"Nas declarações que proferi à Rádio Renascença, não consta qualquer tipo de informação que permita a identificação de cidadãos portugueses que participem neste movimento terrorista", disse o ministro, perante as bancadas do PSD e do CDS, nas jornadas parlamentares, que decorrem na Assembleia da República.
O governante afirmou ainda ter "todo o gosto" em deslocar-se ao Parlamento, "mais concretamente à comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, prestar todos os esclarecimentos que os senhores deputados entendam por bem" e disse estar "disponível para que essa audiência possa decorrer à porta aberta.
Machete lamentou, no entanto, que alguns órgãos de comunicação social publicaram artigos “onde são revelados nomes, dados pessoais e até fotografias”.
Nestas declarações, o ministro lembrou que, “ao aderirem a movimentos terroristas, estes jovens colocam-se eles próprios em risco e passam a constituir um risco para a nossa sociedade, para a segurança do país, sem margem para qualquer enviesamento ou inversão de valores”.
“Não podemos deixar de reafirmar que se trata de uma organização criminosa e terrorista que pilha, viola e que mata. Sobre isto não podem, infelizmente, restar quaisquer dúvidas. O dever de tentar a reabilitação também existe, mas tem inevitáveis limitações e tem de ser exercido com controlos cautelares”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.
Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, Rui Machete afirmou que há duas ou três portuguesas que se juntaram ao grupo terrorista Estado Islâmico, mas que agora querem regressar a Portugal.