Ulrich. Aumento do imposto sobre a banca "é medida mal dirigida e mal justificada"

O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, classificou como uma "medida mal dirigida e mal justificada" o aumento do imposto extraordinário sobre a banca, prevista na Proposta de Orçamento do Estado para 2015.

"Parece-me no mínimo irónico que o Governo diga no texto da medida que procurou fazer incidir [impostos] sobre os sectores que têm mais poder contributivo e depois faz isso só sobre a banca. A maior parte dos bancos que operam em Portugal, em Portugal ou têm prejuízo ou ganham muito pouco dinheiro", afirmou o presidente da instituição financeira.

Motivo pelo qual, Ulrich, que falava à margem do ciclo de conferências PLMJ, que decorreu esta terça-feira, em Lisboa, com o tema "Reforma do IRS OE2015", considera que "a medida está no mínimo mal dirigida e mal justificada".

Segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2015, o Governo aumenta a contribuição sobre o sector bancário, medida extraordinária instituída pelo Executivo Sócrates para vigorar em 2011, esperando encaixar mais 31 milhões de euros, gerando um encaixe de 170 milhões de euros.

O documento refere que o objectivo da contribuição extraordinária sobre o sector bancário é "assegurar que todos os agentes económicos, e em particular aqueles com maior capacidade contributiva, são chamados a participar no esforço de ajustamento".

Questionado sobre a eventual aceleração do calendário eleitoral, Ulrich afirmou que "será uma boa ideia se for o resultado de um consenso entre os principais partidos e o Presidente da República".

Contudo, acrescentou, o respeito pelos calendários que já estão estabelecidos "também é uma boa ideia", já que isso "dá um sinal de estabilidade e permite que as pessoas planeiem as coisas".