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"Smart tourist chega em baixo custo", mas quer qualidade

21 out, 2014 • Ana Carrilho

No Congresso de Nacional de Hotelaria e Turismo, que decorre em Braga, a questão do 'low cost' e os desafios que levanta ao sector tem sido tema dominante.

"Smart tourist chega em baixo custo", mas quer qualidade

Os turistas gastam um milhão de euros por hora em Portugal. O país tornou-se um dos destinos mais procurados, há quem chegue através de companhias aéreas 'low cost', mas quer qualidade.

No Congresso de Nacional de Hotelaria e Turismo, que decorre em Braga até esta terça-feira, muito se tem falado sobre a questão do "baixo custo" e os desafios que levanta ao sector.

O “smart tourist”, ou seja, o turista que faz escolhas inteligentes, chega cada vez mais em companhias 'low cost', mas quer qualidade de produto no destino e não está a penas a pensar em alojamento, embora em Portugal tenham sido os hotéis de cinco estrelas que mais cresceram na procura.

O crescimento recorde que o sector registou em Portugal nos últimos anos face aos outros países da Europa do Sul traz outros desafios para os privados, mas também para o sector público, reconhece o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes.
 
“Será que os nossos equipamentos culturais e as nossas políticas públicas de cidades estão pensadas para os números de turistas que vão chegar ou não? A gestão do espaço está ou não está preparada para isso? São desafios novos que eu acho que o sector tem de reflectir, que são desafios, sobretudo, do sector público”, sublinha.   

Essa é uma constatação também dos operadores de viagens. Pedro Anton Alonso, director das Viagens El Corte Inglés, põe o dedo na ferida. O problema não são as viagens 'low cost', mas sim quando os destinos se tornam 'low cost', pondo em causa a qualidade.

“O problema é quando o destino é ‘low cost’. É quando não se investiu o suficiente no destino devido a diversos problemas e se transforma num destino de baixo custo. Esse é o verdadeiro problema. O turista que vem e que degrada o destino. O problema não é o avião de baixo custo, esse veio para ficar e creio que as companhias aéreas têm que se adaptar a este modelo de transporte”, sustenta.

Para Bernardo Trindade, vice-presidente da Associação de Hotelaria de Portugal, não há outra solução e o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, reforça que temos que ser mais competentes e reestruturar o produto que oferecemos a quem nos visita.

O ministro da Economia, António Pires de Lima, sublinhou que os turistas gastam em Portugal um milhão de euros por hora.