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Morreu o comandante Alpoim Calvão

30 set, 2014

O funeral realiza-se quinta-feira no cemitério dos Olivais, após a missa de corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos.

O comandante Alpoim Calvão morreu aos 77 anos, no Hospital de Cascais, onde estava internado devido a doença prolongada, segundo fonte próxima da família. O operacional que comandou a operação "Mar Verde", a invasão da Guiné Conacri no final de 1970, foi também um dos responsáveis pela tentativa de golpe de Estado a 11 de Março de 1975.

O funeral realiza-se quinta-feira no cemitério dos Olivais, após a missa de corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos. O velório terá início quarta-feira, a partir das 17h00. A missa de corpo presente está prevista para as 11h00 de quinta-feira, e o funeral sairá às 11h45 para o cemitério dos Olivais.

Calvão nasceu a 6 de Janeiro de 1937 em Chaves, viveu em Moçambique, frequentou a Escola Naval e esteve várias vezes na frente de combate na Guerra Colonial.

Participou no falhado golpe de Estado de 11 de Março de 1975, sobre o qual escreveu um livro, editado em 1995, "O 11 de Março - peças de um processo".

Guilherme Alpoim Calvão esteve associado ao Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP) de António de Spínola, sendo considerado um militar exemplar pelo papel que desempenhou na Marinha.
 
Participou na Guerra Colonial, sendo conhecido por ter sido o comandante da invasão da Guiné Conacri, em Novembro de 1970. Na Marinha, chegou à patente de capitão de mar e guerra, tendo recebido 16 louvores ao longo da carreira, um dos quais a 2 de Abril de 1974, poucas semanas antes da revolução que derrubou o fascismo.

Calvão é também um dos militares com mais condecorações das Forças Armadas. Foi distinguido com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito - a mais alta condecoração portuguesa (a última, atribuída em 2010) - e duas cruzes de guerra, entre outras.

Depois do 25 de Abril, colaborou na contra-revolução, acabou por sair de Lisboa rumo ao Brasil, como tantos outros opositores da revolução. Vivia, actualmente, entre Cascais e a Guiné.