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Morais Sarmento admite eleições antecipadas antes de Maio de 2015

16 set, 2014

O antigo ministro do PSD defende, no programa Falar Claro, da Renascença, que Cavaco Silva está interessado em mudar lideranças dos partidos para conseguir um acordo de regime.

Morais Sarmento admite eleições antecipadas antes de Maio de 2015
Tese foi defendida no programa Falar Claro da Renascença. Já o socialista Vera Jardim vê alguns “sintomas de crise” ou, pelo menos, de “pura manobra eleitoral” na coligação governamental.

O Presidente da República pode não querer esperar por Maio do próximo ano para dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas, admite o social-democrata Nuno Morais Sarmento.

O antigo ministro considera, no programa Falar Claro da Renascença, que Cavaco Silva está interessado em mudar lideranças dos partidos para conseguir um acordo de regime bem antes das próximas eleições legislativas e presidenciais.

“No lugar dele, tentaria que as eleições acontecessem cedo o suficiente para que o resultado dessas eleições pudesse ditar as alterações necessárias a tornar possível um entendimento entre os dois grandes partidos”, defende Nuno Morais Sarmento. 

A disponibilidade que mostrou, no ano passado, para eleições antecipadas após a saída da “troika” mostra que o Presidente da República deve estar interessado em que as presidenciais sejam apenas um “extra das legislativas”. “Por razões de saúde do sistema, vai tentar afastar uma da outra”, sublinha.

O socialista Vera Jardim não acredita que Cavaco Silva aceite um cenário de eleições antecipadas, a menos que ocorra algum problema no seio da coligação do Governo.

E o antigo ministro vê alguns “sintomas de crise” ou, pelo menos, de “pura manobra eleitoral” na coligação PSD/CDS que suporta o Governo de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas.

“Ouvi o doutor Paulo Portas na escola de quadros do CDS fazer um discurso que era, nitidamente, algo de bem diferente daquilo que era o discurso da senhora ministra das Finanças”, sublinha.

Nuno Morais Sarmento desvaloriza e não considera que as tensões na coligação sejam relevantes, mas o CDS quer marcar diferenças antes das eleições, frisa.
 
Sobre as primárias do PS, marcadas para 28 deste mês, o social-democrata considera que António José Seguro foi melhor nos dois debates com António Costa que nos três anos de oposição ao Governo.

Morais Sarmento acredita que Costa vai ganhar as primárias mas por pouca margem e depois  vai fazer um caminho de pressão para eleições legislativas antecipadas.

O novo líder do PS vai apresentar uma moção de censura ao Governo depois da apresentação do Orçamento de Estado, prevê Morais Sarmento, um cenário que para Vera Jardim não faz sentido.