A maior parte refugiou-se na Rússia. União Europeia prepara novas sanções.
Cerca de um milhão de pessoas teve que deixar as suas casas devido à violência causada pelo conflito entre as forças governamentais ucranianas, os separatistas pró-russos e as forças de Moscovo.
Dentro da Ucrânia estima-se que 260 mil pessoas tenham saído das suas cidades, na Rússia contam-se 814 mil refugiados ucranianos e ao número total deve-se ainda somar os cidadãos que fugiram para a Bielorússia, Moldávia e União Europeia.
Vincent Cochetel, director da agência da ONU para os Refugiados na Europa, explicou que a maior parte dos deslocados estão a fugir das cidades onde os conflitos são mais intensos e têm-se estabelecido em cidades novamente controladas pelo Governo.
Os dados são avançados pelas Nações Unidas que alertaram, esta terça-feira, que este número pode aumentar.
“Se esta crise não for parada rapidamente, vai ter não só consequências humanitárias devastadoras mas também tem o potencial para destabilizar toda a região”, preveniu António Guterres, alto-comissário das Nações Unidas para os refugiados.
Rússia reforça posição militar No entanto, as mais recentes movimentações das tropas russas demonstram o contrário. A Rússia tem intensificado a sua posição no leste da Ucrânia e tem enviado armas clandestinamente para apoiar os separatistas, avançou Andriy Lysenko, porta-voz das forças de Kiev.
"Ontem [segunda-feira] à noite quatro camiões brancos vieram e depois de uma hora, voltaram. Não é a primeira vez que camiões brancos atravessam a fronteira ilegalmente acompanhados de outros veículos e guardas", disse Lysenko esta terça-feira.
Desde segunda-feira mais 15 militares ucranianos morreram. O Presidente Petro Poroshenko acusa o Kremlin de balançar a guerra a favor dos rebeldes. Moscovo continua a negar qualquer envolvimento directo.
Estados Unidos alerta e novas sanções europeias A comunidade internacional tem estado atenta aos conflitos. A Casa Branca diz que os Estados Unidos e os seus aliados devem discutir planos para aumentar significativamente as forças de reacção da NATO naquela região. O mesmo pediu o primeiro-ministro da Estónia.
A União Europeia vai decidir sobre novas sanções à Rússia, já esta quinta-feira.
Federica Mogherini, alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, disse que Bruxelas vai apresentar propostas de sanções em quatro sectores, incluindo defesa, bens e serviços financeiros.