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Resposta ao ébola foi “desastrosamente inadequada”

01 set, 2014

Líder do Banco Mundial lamenta a reacção da comunidade internacional à doença que já fez 1.550 mortos.

O presidente do Banco Mundial vê a acção internacional perante o vírus do ébola como tendo sido "uma resposta desastrosamente inadequada".

Num editorial no jornal “Washington Post”, Jim Yong Kim lamenta que esta situação tenha vindo a significar mortes que poderiam ter sido evitadas.

No mesmo artigo, que assina em conjunto com um professor de Harvard, aquele responsável pede aos países mais ricos para partilharem conhecimentos e recursos para ajudar os Estados africanos a lidarem com o vírus.

"Ao longo dos anos usou-se como desculpa - para não agir - o argumento de que doenças como a malária ou a tuberculose, que afectam sobretudo os mais pobres, são incontroláveis, mas a realidade é que a crise do ébola é um reflexo de longas e crescentes disparidades no acesso a cuidados básicos de saúde".

"Seria um escândalo deixar esta crise avançar quando temos o conhecimento, as ferramentas e os recursos para a travar”, acrescenta.

A epidemia começou em Março, na África Ocidental, e já provocou a morte a mais de 1.500 pessoas na Libéria, Guiné Conacri, Serra Leoa e Nigéria.

O vírus transmite-se por contacto directo com o sangue e outros fluídos corporais ou tecidos de pessoas ou animais infectados. Ainda não há vacina conhecida para a doença, mas na segunda-feira a comissão de ética da Organização Mundial de Saúde aprovou o uso de tratamentos experimentais, definindo como condições "uma transparência absoluta relativamente aos cuidados".

A OMS estima precisar de 371 milhões de euros para conter a epidemia nos próximos seis meses. A prioridade é o tratamento da doença, a criação de centros de gestão da doença, a mobilização social e enterros seguros.


O que é o ébola? Perguntas e respostas sobre o vírus.