Tempo
|

Enfermeiros em greve no Algarve

22 ago, 2014

Os serviços de saúde vão estar condicionados durante 24 horas na região que, nesta altura, acolhe muitos portugueses em férias.

Os profissionais de saúde do Algarve estão de greve esta sexta-feira. Durante 24 horas, o atendimento por parte de enfermeiros vai estar condicionado na região, que, nesta altura, acolhe muitos portugueses, de outras paragens, em gozo de férias.

É mais um dia de protesto convocado contra o que os enfermeiros dizem ser a falta de condições e escassez de trabalhadores.

Em declarações à Renascença, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve admite perturbações no serviço, mas afasta um cenário de gravidade.

“Podem, eventualmente, encerrar alguns blocos operatórios por falta de enfermeiro,s mas estamos a falar de cirurgias programadas, que serão devidamente realizadas mais tarde”, diz Pedro Nunes.

“Não será posto em risco nada que seja essencial. Estou convicto de que, mais uma vez, não vai haver nenhum drama pelo facto dos enfermeiros fazerem greve”, acrescenta o médico.

Esta é mais uma paralisação convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros, que denuncia situações graves num quadro de restrições financeiras.

“Torna-se muito complicado manter uma hidratação desejável dos doentes quado estes estão dependentes de um enfermeiro para lhes levar água, visto que se deixou de oferecer água engarrafada. Como consequência, há um aumento de úlceras de pressão e prolongamento do internamento dos doentes”, disse a sindicalista Guadalupe Simões à Renascença.

Médicos fora da greve
Inicialmente, estava programada uma paralisação conjunta, tendo sido convocados também médicos e profissionais da função pública do Algarve, nomeadamente, pessoal administrativo e auxiliares de acção médica, mas o pré-aviso de greve não terá entrado na devida altura.

Segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, os advogados do sindicato não garantiam que os médicos estivessem protegidos pela lei em situação de greve.

Da parte dos enfermeiros, os números de adesão à greve são elevados: no hospital de Lagos regista-se 100% de adesão, 87% no hospital de Lagos e 86% em Faro.

Nas urgências, os pacientes têm de esperar um pouco mais, mas os serviços mínimos estão a ser assegurados.