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Surto de ébola "mais rápido do que esforços para o controlar"

01 ago, 2014

Reunião da Organização Mundial de Saúde vai decidir, na próxima semana, se a epidemia é uma emergência internacional.

Surto de ébola "mais rápido do que esforços para o controlar"
A epidemia de Ébola está a avançar mais rapidamente do que os esforços para controlar a doença, avalia a Organização Mundial de Saúde (OMS), que alerta para as graves consequências desta situação.

"Este surto está a mover-se mais rapidamente do que os nossos esforços para o controlar. Se a situação se continua a deteriorar as consequências podem ser catastróficas", disse a directora-geral da OMS, Margaret Chan.

Além da perda de vidas, esta epidemia pode trazer ainda uma "severa ruptura socioeconómica e um elevado risco de alastrar a outros países", acrescenta.

A OMS agendou uma reunião de emergência para os dias 6 e 7 de Agosto, que irá decidir se a epidemia é uma emergência de saúde pública internacional e que medidas devem ser tomadas.

Entre as medidas avançadas pela OMS está a possibilidade de os governos decretarem restrições aos movimentos das populações e a necessidade de colocar forças policiais a proteger as equipas médicas que trabalham no combate à epidemia.

Ainda é possível travar o vírus 
A organização Mundial de Saúde tem esperança de que a reunião desta sexta-feira com os presidentes de países afectados marque uma viragem na luta contra a epidemia.

"O surto de ébola está fora de controlo, mas ainda pode ser travado”, garantiu Margaret Chan aos presidentes da Guiné, Libéria e Serra Leoa.

Este é o surto de ébola com maior dimensão nos quatro anos da história da doença. Até à data, 729 pessoas morreram, incluindo 60 membros de equipas médicas. Pelo menos 1.323 já foram infectadas pela febre hemorrágica que afecta África oriental.

Mesmo longe das rotas de propagação, Portugal tem já em marcha um plano de contingência para acompanhar eventuais casos suspeitos. Os hospitais de São João, no Porto, e Curry Cabral, em Lisboa, dispõem já de zonas de isolamento para quem apresente sintomatologia compatível com o ébola.