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OMS aplaude "sentido de preparação" de Portugal face ao ébola

30 jul, 2014 • Carolina Rico

Organização Mundial de Saúde recomenda que todos os sistemas de saúde "estejam preparados para lidar com todas as possibilidades e contingências".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) elogia as medidas que vários países europeus, como Portugal, têm seguido para prevenir a propagação do ébola.

Como a Renascença já avançou, a Direcção-Geral de Saúde adoptou um plano de contingência voltado para os profissionais de saúde.

"As medidas que têm sido promovidas e levadas a cabo em países como Portugal mostram um grande sentido de preparação", disse à Renascença Paul Garwood, do gabinete de comunicação.

"Recomendamos que todos os sistemas de saúde tenham planos como este implementados e actualizados e que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com todas as possibilidades e contingências", acrescenta.

Segundo Paul Garwood, a OMS "está focada em garantir uma vigilância forte e resiliente ao surto para garantir que conseguimos identificar as pessoas infectadas ou que estiveram em contacto com pessoas afectadas".

A OMS admite o risco de surgirem "potenciais novos casos" e garante que está a "tentar controlar o surto" através da prestação de cuidados de saúde, em isolamento, a pessoas infectadas.

"Situação única"
A OMS quer envolver as populações locais no combate à propagação do vírus. A organização garante o acesso ao público de informação "sobre sintomas, o que fazer, como prevenir a infecção, onde ir para receber tratamento ou para testar potenciais casos, para indicar se a pessoa está infectada ou não".

São informações particularmente importantes em países nos quais existem tradições e condições sanitárias que dificultam o trabalho dos serviços de saúde.

"O contacto próximo com os cadáveres durante o luto é também uma forma de contágio que tentamos contrariar, explicando à população qual é a melhor maneira de levar a cabo uma cerimónia fúnebre com segurança", explica Paul Garwood.

"Estamos a lidar com uma situação única. Nunca houve um surto nesta região desta dimensão e a afectar vários países ao mesmo tempo, portanto, compreendemos a preocupação dos locais e da comunidade internacional", acrescenta.

A epidemia, surgida no início do ano, foi declarada primeiro na Guiné-Conacri, antes de se estender à Libéria e depois à Serra Leoa, dois países vizinhos que, a 23 de Julho, totalizavam 1.201 casos e 672 mortes, de acordo com o último balanço da OMS.