Emissão Renascença | Ouvir Online

O dia em que Filipe almoçou com o Papa

23 jul, 2014 • Inês Rocha

Filipe Teixeira almoçou com o Papa, há um ano, nas Jornadas Mundiais da Juventude. Um almoço descontraído, onde se falou de desemprego e da situação dos jovens portugueses.

O dia em que Filipe almoçou com o Papa
Quando, há um ano, começaram as Jornadas Mundiais da Juventude do Rio de Janeiro, Filipe Teixeira não imaginava que iria estar sentado à mesma mesa que o Papa Francisco. Com mais 11 jovens vindos de todo o mundo, Filipe partilhou um almoço descontraído, "sem grande protocolo", onde o Papa falou falou de desemprego e da situação dos jovens portugueses.

Quando, há um ano, começaram as Jornadas Mundiais da Juventude do Rio de Janeiro, Filipe Teixeira não imaginava que iria estar sentado à mesma mesa que o Papa Francisco.

Filipe estava no Brasil há já nove meses, a trabalhar como voluntário no departamento de comunicação das jornadas. "Designer" de formação, colaborou na elaboração da parte gráfica do evento. "Queria fazer uma experiência de entrega e serviço à Igreja", explica.

Quando recebeu o convite, não queria acreditar que tinha sido um dos escolhidos para estar no almoço marcado nos guiões que tinha feito para os peregrinos. "Ainda hoje não sei porque fui escolhido e procuro não saber", diz.

À volta da mesa, estavam mais 11 jovens provenientes de diferentes países, como Argentina, Rússia, México e Brasil.

O ambiente durante o almoço foi "muito descontraído", conta Filipe. Cada um escolheu o seu lugar livremente, "sem grande protocolo". Quando chegou, Francisco cumprimentou cada um dos jovens, querendo saber o seu nome e de onde vinham.

Depois das apresentações, os jovens tiveram oportunidade de fazer perguntas ao Papa. Filipe confessa que nem se lembra qual foi a refeição, porque isso não foi o mais importante. "Podíamos estar ali duas ou três horas e nem era preciso comermos alguma coisa", brinca.

Contra o roubo da esperança
Filipe optou por falar da situação dos jovens em Portugal e perguntou ao Papa que esperança podiam ter no futuro, sabendo que grande parte deles está sem emprego. "Recordo-me muito bem das palavras do Papa", conta Filipe. Francisco disse aquilo que já tinha dito antes sobre os jovens: "não podem permitir que lhes roubem a esperança".

Os jovens conversaram ainda da vivência da fé e da vocação de cada um. Francisco afirmou não existir um "formato 'standard'" para descobrir a vocação, dizendo que o discernimento deve ser feito em contexto de Igreja.

As respostas que Francisco dava às perguntas dos jovens "não eram teorias", diz Filipe, mas "experiências concretas e vividas".

Daquele almoço, que durou uma hora e meia, nasceu um livro. Em Junho deste ano, Filipe Teixeira lançou "A Jornada em que almocei com o Papa", que parte do encontro com Francisco e da experiência como voluntário no Comité Organizador das Jornadas. É um livro que "não importa pela literatura, mas pelo testemunho", diz.

Um ano depois do inesperado encontro, Filipe garante que “salvo alguma doença inesperada” não se esquecerá nunca daquele momento.

“Àquela mesa, eu estive na presença de um Santo”, afirma. “Dá para sentir que é um escolhido por Deus”.