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“Telefonemas do Papa não afectam doutrina da Igreja”

24 abr, 2014 • Filipe d’Avillez

Vaticano emite comunicado a dizer que a “amplificação mediática” da conversa em que o Papa terá alegadamente dito a uma mulher em união de facto que podia comungar “é uma fonte de mal-entendidos e confusão”.  

“Telefonemas do Papa não afectam doutrina da Igreja”
O Vaticano reagiu oficialmente à polémica que surgiu na passada quarta-feira sobre uma conversa telefónica do Papa Francisco com uma mulher a viver em união de facto.

Segundo a própria Jacqueline Lisbona, da Argentina, o Papa ter-lhe-á aconselhado a ir a outra paróquia para poder comungar, depois de ter sido negada pelo seu pároco. Lisbona vive há 19 anos com um homem previamente divorciado, uma situação considerada irregular pela Igreja, pelo que, segundo o direito canónico actual, não deve comungar.

De acordo com Lisbona o Papa disse-lhe mesmo que “alguns padres são mais papistas que o Papa”.

No comunicado oficial assinado pelo director da Sala de Imprensa, padre Federico Lombardi, não se nega a conversa, mas o Vaticano recusa comentar o conteúdo específico e rejeita quaisquer inferências para a doutrina da Igreja.

“Têm ocorrido muitas conversas telefónicas no contexto das relações pessoais do Papa. Uma vez que elas não fazem parte das actividades públicas do Papa, não se deve esperar qualquer informação ou comentários do Gabinete de Imprensa da Santa Sé”.

“Aquilo que tem sido comunicado em relação a este assunto, fora do âmbito das relações pessoais, e a amplificação mediática que se seguiu, não pode ser confirmado como sendo fiável e é uma fonte de mal-entendidos e confusão”, diz ainda o padre Federico Lombardi.

“Logo, não se devem inferir destes eventos quaisquer consequências para os ensinamentos da Igreja”.

O Papa Francisco já convocou um sínodo para Outubro de 2014 em que a situação dos divorciados e recasados, e o respectivo acesso aos sacramentos, será um dos temas em destaque.