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Empreendedorismo no feminino em Miranda do Douro

23 abr, 2014 • Olímpia Mairos

Mulheres do Planalto Mirandês conhecidas pelo seu perfil motivacional e empreendedor investiram em 12 projectos de diferentes áreas: padaria, doçaria, fotografia, agendas e livros, animação infantil, decoração de casas, material informático, ferragens, tintas, vernizes, ferramentas, peças para alfaias agrícolas.

Um projecto inovador lançado em Atenor, concelho de Miranda do Douro, permitiu a 12 mulheres do concelho investir nos seus próprios projectos de empreendedorismo.

A iniciativa surgiu pelas mãos da Associação Cultural e Desportiva de Atenor e contou com o apoio do Estado Português e do Fundo Social Europeu.

"O grande objectivo do projecto foi potenciar a criação de 12 empresas promovidas por mulheres”, refere à Renascença a coordenadora, Benedita Aguiar, explicando que “todas as actividades criadas vão ser promovidas numa rede que vai permitir divulgar cada um dos negócios".

No âmbito do projecto de empreendedorismo no feminino, foram entrevistadas 51 mulheres da região do planalto mirandês, mas só 12 foram selecionadas com base "no perfil motivacional e empreendedor".

As 12 selecionadas frequentaram um curso de formação que incidiu sobre às áreas da igualdade de género, gestão, relações interpessoais, liderança e tecnologias da informação e comunicação, matérias que permitiram às formandas selecionadas “ficarem dotadas de competências essenciais à gestão do negócio".

Projectos que saltaram para fora da gaveta
As empresas criadas são de diferentes áreas: padaria, doçaria, fotografia, agendas e livros, animação infantil, decoração de casas, material informático, ferragens, tintas, vernizes, ferramentas, peças para alfaias agrícolas.

"Cada uma das empresárias recebe um prémio de cerca de cinco mil euros que permite alavancar cada uma das iniciativas empresariais. Há mulheres com um excelente potencial empreendedor e que puderam tirar da gaveta projectos, que já há alguns anos aguardavam uma oportunidade, e não arrancaram por falta de apoios", frisa Benedita Aguiar.

Isabel Ropio tem 52 anos de idade e estava desempregada. Criou a "Musgo Verde", uma empresa de manufactura de artigos como agendas, postais, blocos de notas, entre outros produtos elaborados à base de retrosaria, papel e tecidos.

"Foi um incentivo importante. Já trabalhava nesta área apenas com o incentivo familiar e agora, com este prémio, posso levar para a frente o meu atelier", contou a nova empresaria.

Sónia Afonso lançou um negócio ligado às ferragens, tintas, vernizes, ferramentas, peças para alfaias agrícolas, porcas e parafusos ou ferramentas para a lavoura.

"A minha ideia era montar um negócio para mostrar aos homens que as mulheres também podem fazer o que eles fazem. Com esta oportunidade, arranjei o dinheiro que me faltava para completar o meu projecto", afirma a empreendedora.

As empresárias são de Atenor, Malhadas, Miranda, Paradela e Sendim, no concelho de Miranda do Douro.