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PSD avisa. Problemas não terminam com saída da "troika"

22 abr, 2014 • Susana Madureira Martins

Partidos estiveram reunidos com os representantes da "troika", que iniciaram esta terça-feira a 12ª e última avaliação do programa de resgate a Portugal.

A “troika” está de saída de Portugal, mas o processo de ajustamento ainda não terminou, afirma o deputado social-democrata Miguel Frasquilho.

Podia ter sido diferente? Podia, afirma Miguel Frasquilho. No final da última reunião com a “troika”, o parlamentar disse esta terça-feira que o programa de ajustamento podia ter sofrido outras adaptações, podia ter sido favorável a Portugal. Mas agora já está e o processo ainda não acabou.

“Os problemas de Portugal não terminam com a saída da troika. Há um caminho longo, duro e exigente a percorrer, nós pensamos que ele deve ser percorrido de forma realista, mas é inevitável que ele seja percorrido”, sublinha o deputado do PSD.

Após ter conversado com os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia, que estão em Portugal para a última avaliação do programa de resgate, o comunista Miguel Tiago constata que a “troika” sai em Maio, mas a austeridade continua.

“O que a troika aqui veio dizer foi que não há saída da troika. Apesar de, formalmente, as instituições deixarem de fazer estas reuniões no Parlamento, as políticas são para continuar”, afirma o deputado do PCP.

A maioria PSD/CDS garante que o ajustamento salarial está feito e que não haverá mais mexidas, mas Pedro Marques, do PS, diz exactamente o contrário.

“Vamos ter, claramente, mais cortes de salários e pensões, pelo menos aqueles que transformam aquilo que era extraordinário e que devia ser extraordinário e que o Governo nos disse sempre que era extraordinário, em permanente”, afirma o socialista Pedro Marques.

O deputado do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, diz que há uma pressão da “troika” para uma espécie de sprint final para tornar a austeridade duradoura.

“Todos os cortes que já foram realizados, quer em salários quer em pensões quer em várias despesas orçamentais, serem não só garantidos como aprofundados. Há uma espécie de espectativa de aquisição prolongada de todos os cortes que foram feitos, de toda a política de austeridade realizada com espectativas de que ela se venha a manter no futuro e, inclusivamente, a agravar-se”, adverte Luís Fazenda.

Quanto à saída do ajustamento, a maioria parlamentar garante que o foi transmitido pela “troika” é que se as medidas correctas forem tomadas essa é uma questão que não tem a relevância que por vezes se lhe dá.