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Morte de pescadores é "sofrimento permanentemente" em Vila do Conde

19 abr, 2014

Corpos dos três pescadores que morreram nas Astúrias chegaram este sábado a Portugal. Há ainda dois pescadores dados como desaparecidos no naufrágio.

Morte de pescadores é "sofrimento permanentemente" em Vila do Conde

A presidente da Câmara de Vila do Conde diz que a morte no mar de pescadores do concelho é um "sofrimento permanentemente" naquela comunidade, depois do naufrágio do "Mar Nosso" nas Astúrias, Espanha.

"É muito difícil, não há palavras para exprimir o que sentimos, esta emoção, esta dor, este drama que nos revolta e que nos deixa completamente desfeitos", disse Elisa Ferraz.

A autarca falava aos jornalistas nas Caxinas, pouco depois da chegada ao concelho, cerca das 18h00, dos corpos dos três pescadores que morreram no naufrágio do arrastão "Mar Nosso" na costa das Astúrias, na quinta-feira.

"O sofrimento desta comunidade é um sofrimento que permanentemente nos assola, a qualquer momento, e nos deixa completamente sem palavras", disse a presidente da Câmara de Vila do Conde.

Os três corpos foram recebidos com lágrimas por dezenas de familiares dos pescadores, nomeadamente na zona das Caxinas, depois de uma viagem de quase sete horas desde Gijón, no norte de Espanha.

Alguns familiares viajaram na sexta-feira para aquela região num autocarro da autarquia para acompanhar o processo de trasladação dos corpos para Portugal, estando o município a assegurar ainda apoio psicológico.

"Tudo o que podemos fazer para minimizar este sofrimento estamos a fazer. É a nossa parte nesta dor que não tem solução porque estes pescadores desapareceram lutando, no mar, fora do seu pais, em condições adversas, por um trabalho", disse ainda a autarca.

De acordo com fonte da Junta de Freguesia de Vila do Conde, os funerais dos pescadores estão agendados para as 15h00 de segunda-feira, na igreja do Senhor dos Navegantes, nas Caxinas.

Pelas 10h00 de domingo, também em Vila do Conde mas na Igreja de São Francisco, realiza-se o funeral da terceira vítima mortal confirmada, indicou a mesma fonte.

A bordo do "Mar Nosso", de bandeira portuguesa e propriedade de um armador de Marín, na Galiza, estavam 12 tripulantes, dos quais sete eram portugueses - a maioria das Caxinas - e cinco espanhóis. Sete marinheiros foram resgatados com vida - os cinco espanhóis, da Galiza, e dois portugueses.

As buscas para encontrar os dois pescadores portugueses ainda desaparecidos continuam.