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PS acusa Governo de preparar aumento encapotado de impostos

19 abr, 2014

Em causa a eventual criação de uma taxa sobre produtos nocivos à saúde.

O PS acusa o Governo de preparar um aumento encapotado de impostos e de gerar incerteza ao discutir na praça pública medidas como a criação de uma taxa sobre produtos nocivos para a saúde.

Estas críticas ao Executivo foram feitas à Renascença por Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, depois de a ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ter admitido na terça-feira passada uma taxa sobre produtos alimentares nocivos à saúde.

"Não podemos ter uma ministra das Finanças a dizer que o Governo tomará uma decisão relativa a uma taxa que incidirá sobre produtos nocivos [com excesso de sal, gordura ou açúcar] e depois ouvirmos do mesmo Governo, particularmente do ministro da Economia [Pires de Lima] uma crítica pública a essa medida. Não se Governo assim", declarou o dirigente socialista.

De acordo com o membro do Secretariado Nacional do PS, o país está perante "mais uma divergência dentro do Governo, depois de outras tantas que já aconteceram ao longo dos últimos anos a propósito da Taxa Social Única (TSU), do IRS ou das pensões".

"Este Governo tem o hábito de discutir na praça pública, gerando um clima de incerteza e de desconfiança nas instituições", apontou Eurico Brilhante Dias.

O caso relativo à eventual aplicação de uma taxa sobre produtos alimentares nocivos à saúde levou também Eurico Brilhante Dias a advogar que essa situação "dá razão a uma das mais insistentes críticas feitas pelo PS" ao Executivo PSD/CDS.

"Este caso é revelador de uma parte da agenda que o Governo esconde aos portugueses, preparando-se para fazer um aumento encapotado de impostos após as eleições europeias. Mas os portugueses percebem que este Governo tem uma estratégia de cortes e de austeridade a somar a austeridade", disse.

Eurico Brilhante Dias desafiou ainda o Governo a "estudar primeiro as medidas" que se propõe tomar e, a seguir, a ser "claro e transparente perante os portugueses, dizendo ao que vem".