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Durão diz que Portugal pode estar em condições de dispensar programa cautelar

03 mar, 2014 • Daniel Rosário

Presidente da Comissão Europeia pede a Portugal um "amplo consenso", entre governo e oposição, para facilitar uma "saída limpa".

Durão Barroso considera que Portugal pode estar em condições de dispensar um programa cautelar, após a saída da “troika”. Depois de em Janeiro ter defendido que essa seria a melhor solução, o presidente da Comissão Europeia admite agora que a situação melhorou e, por isso, o país pode optar por uma saída limpa.

O chefe do executivo comunitário sustentou que "a situação evoluiu favoravelmente, mais ainda do que se previa", e que, por isso, ambas as soluções, regresso directo aos mercados ou programa cautelar, são possíveis. Mas, para isso, Bruxelas volta a insistir na necessidade de um entendimento entre Governo e oposição que dê garantias de médio e longo prazo. Um apelo que faz eco de outro já lançado ao PS pelo primeiro-ministro e pela ministra das Finanças.

Na sua intervenção José Manuel Durão Barroso foi claro em relação ao que entende por programa plurianual: um acordo entre governo e oposição em relação ao chamado Documento de Estratégia Orçamental, que estabelece as metas orçamentais do país até 2018 e que tem que ser apresentado até ao final de Abril.

Se isso acontecer, Barroso garante que Portugal poderá contar com o apoio e boa vontade da Comissão Europeia e dos demais países da Zona Euro para qualquer forma que escolha para sair do programa de ajustamento.

"Quanto à saída do programa, nós, Comissão Europeia, estamos disponíveis para apoiar qualquer das opções que Portugal queira, compete agora a Portugal definir qual é a saída que pode e quer fazer", afirmou.

PS acusa Durão de ingerência
A posição de Durão Barroso já foi criticada pelo Partido Socialista. Em declarações à Renascença, Carlos Zorrinho acusa o presidente da Comissão Europeia de ingerência na política interna portuguesa.

“Embora esteja em final de mandato, isso não o autoriza a interferir na política dos Estados-membros. Em particular, não o autoriza em vir em auxílio do partido político de que faz parte [PSD], afirma o líder parlamentar socialista.

Carlos Zorrinho garante que o PS está e sempre esteve disponível para o consenso, mas um consenso “pelo desenvolvimento, crescimento, emprego, recuperação da economia portuguesa” e “não pelo empobrecimento, como agora o presidente da Comissão Europeia nos vem recomendar”.

[notícia actualizada às 19h47, com declarações de Carlos Zorrinho]