Judiciária faz buscas a escolas do grupo privado GPS
21 jan, 2014
Operação envolve a participação de magistrados, inspectores e peritos financeiros e informáticos. Do grupo fazem parte 26 escolas, 14 das quais financiadas pelo Estado, ao abrigo do ensino particular e cooperativo.
Algumas escolas do grupo GPS-Educação e Formação foram, esta terça-feira de manhã, alvo de buscas. Em causa estão crimes de corrupção, branqueamento e enriquecimento ilícito.
Fonte ligada ao processo confirmou que as 24 buscas estão a ser realizadas no âmbito de um processo-crime aberto pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, por alegada apropriação ilícita de verbas transferidas pelo Estado no âmbito dos contratos de associação. Ainda não foram feitas detenções.
Num curto comunicado enviado à Renascença, a administração do grupo GPS confirma apenas as buscas e diz estar a prestar total colaboração com as autoridades.
As buscas estão a ser realizadas em vários pontos do país, em estabelecimentos de ensino, empresas e residências e os inspectores da Judiciária estão acompanhados por magistrados do DIAP de Lisboa, mas também por peritos financeiros e informáticos.
O Ministério da Educação já esclareceu ter enviado recentemente para o Ministério Publico, os resultados do inquérito realizado ao grupo GPS pela Inspecção Geral de Educação e Ciência. Para a Judiciária, diz o gabinete de Nuno Crato à Agência Lusa, também já seguiram os resultados de várias auditorias realizadas por aquele Inspecção-geral.
Há um ano que a Judiciária investiga o grupo, que detém 26 colégios, 14 dos quais financiados pelo Estado, ao abrigo do ensino particular e cooperativo.
O conselho de administração do GPS é presidido por António Jorge Calvete, que foi deputado socialista entre 1999 e 2002, eleito pelo círculo de Leiria. Da direcção fazem ainda parte antigos secretários de Estado e ex-directores regionais de Educação.