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Vice da Comissão Europeia defende a "troika" e culpa crises políticas

14 jan, 2014 • Daniel Rosário

Olli Rehn considera que as crises políticas é que fizeram descarrilar as previsões económicas nos países europeus em dificuldades.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, justifica os erros e as derrapagens nas previsões da “troika”, como aconteceu em Portugal, com as crises políticas internas.

Olli Rehn considera que, tendo em conta as dificuldades, a “troika” até funcionou razoavelmente bem. Na audição a que foi submetido esta segunda-feira  pela comissão do Parlamento Europeu que investiga a actuação da “troika”, o comissário responsável pelos assuntos económicos e monetários reconheceu poucos erros e defendeu-se das principais acusações feitas à entidade composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Nas circunstâncias actuais, a opinião de todos os parceiros da troika é que a troika funciona razoavelmente bem, sob circunstâncias difíceis, e as instituições envolvidas devem continuar o seu trabalho conjunto no futuro previsível”, declarou.

Olli Rehn respondeu aos eurodeputados durante cerca de 90 minutos. A actuação da “troika” na Grécia e em Chipre esteve na origem da maior parte das perguntas. Tema recorrente foram os sucessivos erros das previsões económicas em relação a vários países, que o responsável finlandês justificou com os efeitos das crises políticas.

“As crises políticas em Itália e na Grécia, em 2011 e 2012, criaram tanta incerteza e turbulência política que acabaram por fazer descarrilar as previsões económicas da altura”, afirmou.

O vice-presidente de Durão Barroso fez questão de recordar que foram as opções de política económica de alguns países que provocaram a crise, que eclodiu há quatro anos, à qual a Europa foi obrigada a responder à pressa e sem estar preparada, mas com êxito e evitando o mal pior.

Quanto à participação do FMI nesta estrutura no futuro, Rehn respondeu sem responder, ao referir que a Alemanha e os países do Eurogrupo são favoráveis à manutenção desse envolvimento.

Interrogado pelo eurodeputado português Diogo Feyo sobre as discrepâncias entre as posições dos técnicos da “troika” e a respectiva liderança política, Olli Rehn limitou-se a explicar como é que as diferentes instâncias das três instituições funcionam entre si.

O vice-presidente da Comissão Europeia fez questão de identificar o período mais crítico vivido com Portugal, os meses que antecederam o pedido de resgate e as pressões que, dá a entender, que foram exercidas na altura sobre o ministro das Finanças de então, Teixeira dos Santos, para que o país adoptasse as reformas e as medidas de consolidação orçamental  necessárias para evitar perder o acesso aos mercados, o que no entanto acabaria mesmo por acontecer.