01 nov, 2013
A sessão de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2014, que decorreu esta sexta-feira no Parlamento, foi interrompida por protestos nas galerias. Os manifestantes gritaram "assassinos, assassinos".
Na resposta, a presidente do Parlamento, Assunção Esteves, dirigiu-se às galerias para dizer "este é o vosso Parlamento". A confusão interrompeu o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que discursava sobre a dívida do Estado.
Paulo Portas também se pronunciou sobre o debate. "Acredito no direito ao protesto e na representação democrática escolhida pelo povo português, em nome do qual cada um de nós aqui está."
O governante retomou depois o discurso, enquanto os protestantes foram removidos das galerias pelas autoridades.
No exterior da Assembleia da República, centenas manifestaram-se contra o Orçamento. Estivadores, funcionários públicos e também reformados entoaram palavras de ordem, pedindo a demissão do Governo.
Protestos nas galerias multiplicam-se
O protesto desta sexta-feira no Parlamento já não é um episódio inédito na Assembleia da República. A 15 de Fevereiro, cerca de 30 elementos do "Movimento que se Lixe a Troika" começaram a cantar "Grândola Vila Morena", interrompendo o discurso do primeiro-ministro.
Três meses depois, a 3 de Maio, a música de Zeca Afonso voltou a ouvir-se nas galerias, desta vez pela voz de dezenas de reformados, depois de ter sido discutida uma petição pelo aumento das pensões.
A 24 de Maio, um cidadão interrompeu por breves instantes o debate em protesto contra o alegado incumprimento da Constituição pelo Governo. A cena levou a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, a pedir ao homem para se "acalmar".
Já a 11 de Julho, os trabalhos foram interrompidos durante largos minutos devido a protestos de populares que se encontravam nas galerias. Os manifestantes contestaram as novas medidas para os trabalhadores do Estado e pediram a demissão do Governo.
Com um tom menos agressivo, a 30 de Julho, em total silêncio, algumas pessoas que assistiram ao debate levantaram-se e permaneceram de pé, com narizes encarnados, de palhaço, colocados na cara. Os elementos da polícia presentes no local apressaram-se a retirar os narizes encarnados, sem resistência, e os manifestantes foram escoltados para fora do Parlamento.
São apenas alguns episódios que têm acontecido nas galerias da Assembleia contra as medidas de austeridade do Governo.