01 jul, 2013
A substituição do ministro das Finanças Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque aumenta o descrédito do Governo e acentua contradições na gestão política do executivo, na opinião de Manuel Carvalho da Silva.
Ouvido pela Renascença, o sociólogo e ex-líder da CGTP defende que a questão dos “swap”, os contratos de alto risco feitos por empresas públicas, deixava supor a substituição de Maria Luís Albuquerque não a sua promoção a ministra.
“Acho que há um aumento de contradições na gestão política que o primeiro-ministro está a fazer do Governo, que estão associadas ou dão origem a mais fragilidades e a menos crédito dos portugueses ao Governo, inevitavelmente.”
Carvalho da Silva não acredita em mudança de política no Ministério das Finanças, questionando ainda o trajecto que diz ser mais técnico e menos político de Maria Luís Albuquerque.
Na análise de Luciano Amaral, a substituição de Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque confere a medida exacta da dificuldade do momento. O professor de História Económica sustenta que Paulo Macedo “daria um outro sinal de força” ao executivo.
Luciano Amaral defende que a apresentação da taxa social única (TSU) foi momento definidor da sobrevivência política de Vítor Gaspar e a maior crise deste Governo.
Para o economista Pedro Braz Teixeira, a nova ministra das Finanças vai iniciar o mandato num momento de grande fragilidade política.
O director executivo da Nova Business School diz que escolher, neste momento, Maria Luís Albuquerque não é, propriamente, o cúmulo da prudência.
Pedro Braz Teixeira sustenta que os mercados reagem mal à saída de Gaspar, porque a solução encontrada para a substituição acentua a dificuldade de concretizar reformas.
Também ouvido pela Renascença, Manuel Caldeira Cabral considera que os resultados falhados comprometeram a continuidade de Vítor Gaspar no executivo.
Para o responsável da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, importa agora perceber se para o lugar de Vítor Gaspar a primeira escolha era mesmo o ministro da Saúde Paulo Macedo.
Manuel Caldeira Cabral identifica ainda a questão dos “swap” como um factor de fragilidade da nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que passou pela direcção financeira da Refer.