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Guia. O que posso fazer para ajudar os refugiados?

04 set, 2015 • Matilde Torres Pereira

Muitos portugueses questionam-se sobre o que podem fazer para ajudar. A Renascença preparou um guia prático.

Guia. O que posso fazer para ajudar os refugiados?
Há várias maneiras de agir, desde abrir a casa ao acolhimento de famílias, fazer uma doação em dinheiro ou bens ou até dar aulas de português para ajudar à integração dos refugiados. A Renascença elaborou um pequeno guia com alguns exemplos do que se pode fazer.

A UNICEF Portugal aceita donativos em dinheiro, tal como a maioria das organizações que já têm larga experiencia em trabalhar nestas situações de crise humanitária, como os Médicos Sem Fronteiras, o Serviço Jesuíta aos Refugiados, a Cáritas ou a Cruz Vermelha.

A nova Plataforma de Apoio aos Refugiados é um bom ponto de partida.

Faça uma doação
Para a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) pode aceder a este site para fazer um donativo em dinheiro, que a organização explica para onde vai ser canalizado.

Os Médicos Sem Fronteiras têm um site próprio só para donativos. Se quiser especificar para onde quer enviar o seu dinheiro – por exemplo, para o alívio das condições humanitárias nos campos de refugiados em Calais, em França, ou na fronteira da Hungria com a Áustria, pode telefonar para (212) 763-5779 ou enviar um email para donations@newyork.msf.org.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados opera em todo o mundo e dedica-se em Portugal ao acolhimento de refugiados de diversas proveniências. Aceita transferências bancárias para o NIB 0036.0071.99100093831.32 (Montepio). Pode enviar também cheque/vale postal dirigido a JRS-Portugal Serviço Jesuíta aos Refugiados, Rua Rogério de Moura, Lote 59, Alto do Lumiar, 1750-342 Lisboa.

A Cáritas está a trabalhar activamente no terreno com as centenas de migrantes que afluem todos os dias à Europa. Pode enviar o seu donativo aqui.

A Cruz Vermelha Internacional também recebe donativos no site.

Faça voluntariado e/ou doação de bens
Alternativamente, pode dedicar algum do seu tempo a ajudar na prática. Pode envolver-se com as associações no terreno, como as acima referidas, ou, em Portugal, pode falar para o Conselho Português para os Refugiados (CPR), cujo objectivo principal é promover uma política de asilo mais huma¬na e liberal, a nível nacional e internacional. É o "parceiro operacional" do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para Portugal.

O CPR tem dois centros de acolhimento em Portugal e precisa sempre de alimentos não perecíveis. Estão também à procura de voluntários, e neste momento a prioridade vai para professores que ensinem os refugiados a falar em português.

Além disso, o CPR já recebeu ofertas de mais de 100 famílias portuguesas que se dispuseram a receber refugiados em suas casas. Se quiser inscrever-se para acolher cidadãos sírios, iraquianos, afegãos e por aí fora, pode enviar a sua proposta para geral@cpr.pt.

Um grupo de amigos alemães criou espontaneamente a associação "Refugees Welcome", que se está a tornar numa espécie de "AirBnB para refugiados". Uma rede similar pode chegar a Portugal.

Compre bens específicos para os mais necessitados
A Amazon disponibilizou uma "wishlist" para as pessoas comprarem bens como sapatos e sacos-cama para serem enviados para Calais, onde milhares de pessoas se encontram bloqueadas num campo de refugiados que já recebeu a alcunha de "a Selva" por parte das autoridades francesas e britânicas.

Pode organizar uma recolha de roupa e alimentos no seu bairro ou local de trabalho e entrar em contacto com organizações como a Cáritas para fazer uma doação em género.

Assine uma petição
Existem várias petições que querem chamar a atenção dos legisladores para esta crise humanitária sem precedentes. Entre elas, um par de exemplos:
 
- Portugal pode aceitar mais refugiados
- Acabar com a morte e sofrimento nas fronteiras europeias da Amnistia Internacional

Pode sempre criar a sua própria petição, inscrever-se como voluntário ou simplesmente ajudar a partilhar as notícias que chegam das fronteiras europeias.

Quase 300 mil migrantes e refugiados chegaram este ano à Europa pelo mar Mediterrâneo, anunciou esta semana a agência da ONU para os refugiados. Estima-se que as chegadas vão continuar a um ritmo de três mil pessoas por dia.